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PIB do AM cai em maio

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22/07/2021

A prévia do PIB do Amazonas desacelerou em maio, na série com ajuste sazonal. Apesar de ser de Dia das Mães e de já contar com o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial e mais flexibilizações graduais ao comércio e serviços, o mês experimentou recuo de 1,60% ante abril -que havia apresentado o pico do Estado, neste ano (+3,05%). Em relação ao mesmo mês do ano passado -quando o varejo e a indústria local ainda estavam quase que inteiramente fechados -, o incremento foi de 21,62%.

O desempenho não foi suficiente para tirar o acumulado de 2021 do azul, já que o Amazonas registrou expansão de 8,83% no confronto com os números capturados em igual intervalo do exercício anterior, em cálculo igualmente dessazonalizado. Os dados são do IBC-Br (índice de Atividade Econômica do Banco Central), que aponta decréscimo de 0,43% para a economia brasileira na variação mensal, assim como avanço de 14,21% na base anual, e elevação de 6,6% no acumulado dos cinco meses iniciais de 2021.

O índice registrou 169,88 pontos no Amazonas, em maio de 2021, conforme a série histórica do BC (Banco Central). Embora tenha ficado abaixo do dado de abril (172,65), o desempenho foi similar ao apresentado em outubro de 2020, quando comércio e indústria se preparavam para as festas de fim de ano. O Estado aparece ainda com expansão de 3,50%, na média móvel trimestral, e com incremento de 5,37%, no aglutinado de 12 meses -comparações mais estáveis e usadas para captar tendências. O país, por sua vez, caiu 0,54%, no primeiro caso, e encolheu 1,07%, no segundo.

O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB e ajudar a autoridade monetária na definição da taxa Selic. Visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, o indicador do BC também é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica e ajuda a autoridade monetária a decidir sobre a taxa básica de juros, além de ajudar investidores e empresas a adotarem medidas de curto prazo. A metodologia é diferente da empregada pelo IBGE, que calcula o PIB brasileiro -e cuja próxima divulgação nacional está prevista para o dia 1° de setembro.

Setores e arrecadação

O cálculo do IBC-Br leva em conta estimativas para indústria, comércio, serviços e agropecuária, acrescidas dos impostos. Mas, sua divulgação não inclui o desempenho de cada rubrica. A despeito da desaceleração do indicador do BC, números do IBGE apontaram novas altas para a manufatura e para o varejo amazonenses, assim como uma recuperação para o setor de serviços. Em paralelo, a arrecadações tributária da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda), enquanto o recolhimento da Receita Federal desacelerou.

A indústria amazonense emendou seu terceiro mês positivo, em maio, com alta de 0,5% na produção ante abril, em um movimento mais suave do que o do mês anterior (+1%). O crescimento chegou a 98,2% em relação ao mesmo mês de 2020 -quando a indústria amazonense estava quase que inteiramente paralisada pela primeira onda da pandemia e pela impossibilidade de desovar estoques para o restante do país. Com isso, o setor conseguiu consolidar os acumulados do ano (+27,1%) e dos 12 meses (+13,3%).

Para o comércio, foi o quarto mês consecutivo de expansão. O varejo amazonense avançou 4,4%, entre abril e maio, após as elevações sucessivas de fevereiro (+15,7%), março (+14,9%) e abril (+7,2%) -e o mergulho de janeiro (-30,5%). Fortalecido pela fraca base de comparação, escalou 36,2% em relação a maio de 2020. Os acumulados do ano ( + 10,4%) e dos 12 meses (+12,6%) também seguiram positivos.

Já o setor de serviços se recuperou do mergulho de abril. Avançou 1,8%, na passagem para maio de 2021, em trajetória inversa do levantamento anterior (-1,4%). No confronto com o maio do ano passado, houve elevação de 22,9%, em número pouco abaixo do de abril (+24%). Foi o suficiente para segurar a atividade no campo positivo nos acumulados do ano (+12,7%) e de 12 meses (+6,4%).

Os números da Sefaz indicam que o recolhimento estadual acelerou pelo terceiro mês seguido, somando R$ 1,18 bilhão, em maio. Foi 6,31% superior a abril de 2021 (R$ 1,11 bilhão) e 59,18% melhor do que maio de 2020 (R$ 746,81 milhões), além de subir 19,10%% em cinco meses (R$ 5,43 bilhões). Já a arrecadação federal perdeu força em maio (R$ 1,53 bilhão) e caiu 8,38% diante de abril (R$ 1,67 bilhão), embora tenha decolado 137,49% sobre a marca de 12 meses atrás (R$ 645,81 milhões). Em cinco meses, o recolhimento chegou a R$ 7,80 bilhões e escalou 30,31%.

“Volta gradual”


Embora lembre que o IPCA recorde de maio (+0,83%), a nova alta da Selic e eventuais problemas de vendas da indústria incentivada para cidades brasileiras com comércios fechados podem ter contribuído para a desaceleração, o economista, consultor empresarial, professor universitário e conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Júnior, destaca que o PIB amazonense se manteve firme na média móvel trimestral e no acumulado, o que indicaria que a economia do Estado segue robusta.

"O consumidor pode até ter posto um pé no freio, por causa da inflação, dos juros ou da incerteza sobre a continuidade do auxílio emergencial. A indústria também continuou tendo problemas no fornecimento de matérias-primas. Mas, de uma forma geral, o Estado continuou no azul e isso mostra os efeitos da volta gradual da atividade econômica, com o aumento do número de vacinados. A economia do Amazonas está diretamente ligada à do Brasil pela Zona Franca e vemos uma reação de ambas, apesar da desaceleração", encerrou.

Fonte: JCAM

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