04/06/2018
Notícia publicada pelo site D24AM
As ações da Petrobras despencaram quase 15% na Bolsa, na
última sexta-feira (1º), com o pedido de demissão de Pedro Parente da
presidência da estatal.
Os papéis preferenciais (mais negociados) recuaram 14,86%, cotados a R$
16,16. Os ordinários (com direito a voto) caíram 14,92%, para R$ 18,88. As
ADRs (recibos de ações negociadas nos Estados Unidos) perderam 14,59%,
a US$ 10,13.
Em um dia, a empresa perdeu R$ 40,4 bilhões em valor de mercado -quase
o equivalente ao valor da companhia brasileira de papel e celulose Fibria
(R$ 39,3 bilhões)-, aponta Einar Rivero, da empresa de informações
nanceiras
Economática.
Desde que teve início a paralisação de caminhoneiros, em 21 de maio, a
Petrobras perdeu cerca de R$ 137 bilhões. Agora, a petroleira vale R$ 231
bilhões.
“Para se ter uma ideia de grandeza, o valor de mercado do banco
Santander no Brasil é de aproximadamente R$ 133 bilhões”, disse Rivero.
Com a queda desta sexta, a Petrobras passa a ser a quarta maior empresa
do Brasil – em 10 de maio, havia retomado a liderança em valor de
mercado entre as companhias da América Latina.
Apesar de a Petrobras ter um peso de cerca de 12% do Ibovespa, índice
que reúne as ações mais negociadas da Bolsa, o indicador conseguiu subir
0,63% nesta sexta, para 77.239 pontos, segurado pelo bom humor no
exterior.
No dia, o Ibovespa ganhou R$ 14,5 bilhões, segundo Rivero – sem a
Petrobras, porém, o valor seria R$ 54,9 bilhões.
“A Bolsa poderia ter subido mais se a Petrobras não puxasse para baixo”,
disse Vinicius Freitas, economista da Ativa Investimentos.
As ações da Petrobras abriram em alta na casa de 2%. Por volta das 11h20,
o mercado foi comunicado da renúncia de Parente, e os papéis entraram
em leilão –as negociações cam
suspensas por atingirem oscilações
máximas.
Quando voltaram a ser negociados, os papéis da estatal reabriram caindo
14%, e chegaram a perder 20%.
“O mercado via com bons olhos a gestão de Pedro Parente, com um
histórico de melhor governança e bons resultados operacionais e
nanceiros”,
disse Freitas.
A B3, dona da Bolsa, explica que o procedimento de leilão é previsto pela
regulação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) quando um
comunicado de empresa de capital aberto é publicado com o mercado em
funcionamento.
Os analistas estranharam, no entanto, o anúncio da demissão com o
pregão aberto: “A gestão dele (Parente) foi marcada por colocar ordem na
empresa e caprichar na comunicação com o mercado. Se a Bolsa fechasse
às 18h, às 18h10 saía o balanço, quando era época de divulgação de
resultados. Agora ele sai numa sexta-feira, emenda de feriado, com a Bolsa
aberta?”, reclamou um gestor de recursos.
Ele disse que o susto com o pregão aberto também ajudou a alimentar as perdas, já que, na semana passada, os papéis saíram da casa do R$ 26 para ao redor de R$ 19.