17/09/2018
Notícia publicada pelo site D24AM
Apenas 19% das empresas participantes do estudo Panorama
Mulher 2018 possuem uma mulher como vice-presidente e 25% possuem
uma mulher na diretoria. O estudo também mostra que a probabilidade de
o cargo de presidente ser ocupado por uma pessoa do sexo feminino
diminui à medida em que o número de funcionários aumenta e é menor
para empresas com administração profissional,
quando comparadas com
empresas de administração familiar.
Os dados apontam o já conhecido desequilíbrio entre homens e mulheres
nas mais altas posições dentro das companhias. No total, a pesquisa levou
em conta um universo de 920 respondentes, número 171% maior que o da
primeira edição, realizada em 2017. As empresas respondentes têm sede
no Brasil, na América do Norte e na Europa, e são de setores de atividade
como serviços, indústria e comércio, entre outros.
Entre os números trazidos pelo estudo, conclui-se que a probabilidade de
ter uma diretora é maior na América do Norte, menor na indústria e em
empresas de capital fechado e maior em empresas com administração
prossional.
“O estudo também apontou que apenas 32% das empresas
entrevistadas possuem políticas que visam igualar o número de
funcionários homens e mulheres nas lideranças e foi curioso notar que
entre as que possuem e as que não possuem, a diferença de mulheres
ocupando cargos de liderança é muito sutil”, analisa Luiz Valente, CEO da
Talenses.
No cargo de presidente, por exemplo, as empresas da amostra revelam
um percentual muito próximo de mulheres nessa posição (17% para
empresas que têm políticas de diversidade e 18% para as que não têm).
“Ainda é muito baixo o percentual de empresas que promovem a
igualdade de gênero de maneira organizada, com processos formais.
Notamos que quem hoje está mais avançado em relação a este tema
iniciou esse trabalho estruturando suas políticas”, arma
Rodrigo Vianna,
diretor da Talenses e membro da Aliança para Empoderamento da Mulher.
Outro aspecto alarmante é o número de presidentes negros. Eles
representam apenas 6% do total e este número cai ainda mais quando
falamos de mulheres negras na presidência, apontando pouquíssima
representatividade. “A pesquisa sugere com clareza uma maior diculdade
para pessoas negras avançarem aos cargos de liderança, diculdade
essa
que é ainda maior para as mulheres negras do que para os homens negros”, analisa Regina Madalozzo, coordenadora do Núcleo de Estudos de
Gênero do Insper e co-coordenadora da pesquisa.
Esta é a segunda edição do projeto que pretende contribuir e estimular as lideranças para uma discussão saudável e legítima das condições do sexo feminino no ambiente corporativo. Dessa vez, o estudo também contou com a parceria da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) – Regional SP, que auxilia com a divulgação da pesquisa para todo o mercado.