20/01/2014
Na opinião de Souza, a produção industrial neste ano entrará numa trajetória de crescimento, ainda que modesta, sobretudo a partir do segundo trimestre.
O economista do Iedi lembra, porém, que a indústria completa três anos de crescimento fraco - com retração, inclusive, em 2012, de 2,6% - e que os problemas estruturais do setor já postos não parecem ter solução no curto prazo. Por isso ele ressalta a importância ainda maior do real mais barato para o avanço das exportações.
Ele também avalia que em 2014 poderá haver aumento dos investimentos. O estímulo para isso virá tanto das concessões como do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do desenvolvimento dos setores de óleo e gás e de construção civil.
A perspectiva de um desempenho mais positivo da indústria nos próximos meses, contudo, não é um consenso entre os economistas. Fernando Ferrari Filho, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), considera isso "pouco provável" e destaca alguns fatores que impedem uma recuperação consistente. Entre esses, ele diz que o real ainda está muito apreciado em relação ao dólar, na atual cotação entre R$ 2,30 e R$ 2,40. Na sua avaliação, para ocorrer uma melhora significativa no setor industrial, a cotação deveria estar entre R$ 2,80 e R$ 3.
Ao contrário de Souza, Ferrari Filho não acredita em uma aceleração dos investimentos. Segundo ele, há um cenário, tanto no mercado financeiro quanto entre empresários, de pessimismo. "Em ano eleitoral também acho pouco provável que os investimentos ocorram", destacou.
Na avaliação do economista da UFRGS, o período de juros mais altos previsto para o ano também atuará como um freio ao crescimento da atividade, ao lado de uma política fiscal mais austera. Como outro aspecto negativo à indústria, ele diz que a "recuperação consistente da economia mundial segue sendo uma incógnita".
Fonte: Valor Econômico