CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Pequenos seguram empregos

  1. Principal
  2. Notícias

29/03/2022

Marco Dassori

Mês de saldo tímido de empregos formais no Amazonas, janeiro só conseguiu ter mais contratações do que demissões em virtude dos pequenos negócios. As MGEs (médias e grandes empresas), por outro lado, eliminaram vagas. Serviços, construção e indústria responderam pela maior parte da oferta, apesar da ômicron em alta. Em um mês tradicionalmente fraco para o comércio, o setor concentrou a maior parte dos cortes. É o que aponta o boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) sobre os dados do 'Novo Caged' (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).


O saldo mensal das micro e pequenas empresas do Amazonas voltou a crescer na virada do ano, após a destruição de postos de trabalho registrada em dezembro de 2021 (-699). No total, foram abertas 933 novas vagas nas MPEs (micros e pequenas empresas) do Amazonas, em janeiro. O saldo seguiu em trajetória inversa da apresentada no mesmo mês do ano passado (-301), quando o Estado atravessava a segunda onda de Covid-19 e implementava medidas de isolamento social. Mas, foi o número mais baixo desde janeiro de 2019 (+259), conforme a série histórica fornecida pelo Sebrae.


As MPEs foram responsáveis pela oferta de 84.649 empregos em todo o país, em janeiro. Em um cenário de circulação de pessoas limitada pela então escalada da ômicron, mas já de conjuntura econômica desfavorável, apenas das unidades federativas -Rio de Janeiro e Ceará -tiveram saldos negativos de criação de empregos celetistas. Em termos relativos, o Amazonas ocupou a décima posição do ranking nacional, tendo gerado 6,07 postos de trabalho a cada mil existentes. Superou as médias brasileiras (4,42 vagas por milhar) e da região Norte (6,2). O melhor resultado veio do Mato Grosso (17,06).


Comércio x serviços


Apesar da menor circulação de pessoas, em razão da ômicron, o setor de serviços continuou sendo o motor das contratações dos pequenos negócios do Amazonas (+662), em sintonia com a média nacional, mas com um número menor do que o registrado entre as médias e grandes empresas amazonenses (+986). Na sequência vieram a construção (+360) e a indústria de transformação (+200). As empresas de maior porte foram na direção contrária (-133 e 279 respectivamente).


Em sintonia com a baixa temporada para as vendas, o comércio foi o setor econômico que mais eliminou postos de trabalho formais em janeiro, entre as MPEs (-271) -e também entre as MGEs (-543). Agropecuária (-11) e serviços industriais de utilidade pública (-7) também desempregaram, enquanto a indústria extrativa mineral pontuou estabilidade. A administração pública, por sua vez, eliminou duas vagas, em janeiro.


O Estado seguiu a tendência nacional. Com exceção do comércio, todos os setores, em ambos os portes, apresentaram mais contratações do que demissões. Entre as micros e pequenas empresas, os serviços voltaram a liderar a geração de emprego, com 60.578 admissões. Na sequência estão a Construção Civil (26.304) e a indústria de transformação (23.847). O único estrato em que as médias e grandes empresas apresentaram melhores resultados do que as de menor tamanho foi o da indústria de transformação (+26.983 contra +23.847, respectivamente).


“Cenário foi inverso”


A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, destacou à reportagem do Jornal do Commercio que "as fotografias" de janeiro de 2021 e do mesmo mês de 2022 são "bem diferentes", em razão da pandemia. "Ano passado, nessa época, os pequenos negócios foram os que mais desempregaram, em decorrência do fechamento dos estabelecimentos. Já as médias e as grandes empresas fizeram contratações naquela época, pois a diminuição no consumo ainda não tinha alcançado a indústria. Em 2022, o cenário foi inverso.


Indagada sobre a dinâmica na contratação dos setores econômicos no Amazonas, gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM enfatizou que os serviços continuam se destacando como segmento empregador de mão de obra, sendo ainda favorecidos pelo bônus da vacinação e reabertura de atividades presenciais -que sofreu restrições menos severas neste ano. "Não tenho dados para avaliar a redução dos empregos no comércio, mas não podemos descartar que as vendas online podem ter alguma participação nesse cenário de empregabilidade", comentou.


A executiva reforça que, em síntese, os pequenos negócios mantiveram a geração de empregos no Amazonas, como ocorrido na maior parte dos últimos meses, mas desta vez em um volume menor. Lembra também que, se as micros e pequenas empresas foram as primeiras a serem atingidas pela crise da Covid-19 no ano passado, neste não deixaram de continuar sofrendo com os efeitos colaterais da pandemia, como aumento dos gastos públicos, inflação, alta na taxa de juros e desemprego. "E, para engrossar o caldo, temos uma guerra que atinge a todos indiretamente, causando falta de insumos e aumento do preço de produtos importados", lamentou.


Em entrevistas anteriores à reportagem do Jornal do Commercio, a gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM havia apontado que a tendência de curto prazo era de alternância de meses de alta e baixa de geração de empregos para as MPEs. Indagada se as perspectivas são de que os próximos meses serão de oscilações ou crescimentos tímidos, Socorro Corrêa disse que a atual conjuntura, agravada pelos impactos da guerra na Ucrânia, torna "difícil afirmar". "[Temos um] cenário de contenção de custos e investimentos. Inflação, juros, guerra e eleição, infelizmente, geram incertezas e especulações à economia", finalizou.


Saldo tímido de empregos formais no Amazonas em janeiro só foi possível por conta dos pequenos negócios

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House