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Pequenos empresários driblam a crise econômica

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28/10/2015

A indústria amazonense vive uma fase desafiadora. De acordo com os dados mais atualizados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), entre janeiro e agosto deste ano, os setores mais significativos em termos de faturamento amargaram resultados negativos, como é o caso do setor de eletroeletrônicos (-18,17%) e de bens de informática (-13,74%).

A boa notícia é que "pequenos' segmentos, ou seja, aqueles menos representativos em termos de volume de faturamento, têm surpreendido e driblado a crise econômica apresentando resultados que indicam expansão em meio à turbulência.

É o caso das indústrias de produtos alimentícios, que até agosto lucraram R$ 165,28 milhões , 5,77% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Uma das indústrias dessa categoria é a fabricante de sorvetes e picolés Glacial. O diretor da empresa, José Antônio Loio, conta que assim como outras empresas do setor, a Glacial apostou em inovações e no forte verão para tentar passar pela crise sem grandes impactos. "Investimos forte em equipamentos para a produção de paletas mexicanas - picolés gourmet -. Elas foram nosso carro-chefe e , vendidas a um preço popular (R$ 5 ) e garantiram um aumento de 25% no faturamento", conta.

Porém, segundo Loio, com a chegada das chuvas, o movimento tem diminuído e novas estratégias precisam ser adotadas. "Já nos preparamos para lançar outras novidades com um food truck e uma nova loja. O empresário que quer se manter no negócio deve continuar investindo, mesmo durante uma crise", opina.

Diversificação Quem também apostou na diversificação para expulsar a instabilidade econômica foi a Portela Woods. A empresa faz parte do segmento madeireiro, que entre janeiro e agosto deste ano já faturou R$ 35,20 milhões, 3,94% a mais na comparação com 2014.

O diretor comercial da empresa, Juscelino Portela, explica que a recuperação do setor se dá em função de uma viabilidade para a exportação que se criou pela alta do dólar. "Não é um crescimento de demanda, mas o dólar alto nos favoreceu em países como China e Estados Unidos", afirma.

No caso da empresa ainda estão sendo feitos os preparativos para a retomada das exportações após cinco anos. A previsão é para 2016. Já para aquecer o mercado local, a aposta tem sido o lançamento de novos produtos como móveis modulados, pisos para decks, palets e até casas, tudo com madeiras nobres como ipê e maçaranduba", relaciona o executivo.

Segundo ele, foram estas ações somadas a investimentos em mídia, equipe de venda e trabalho de preço que permitiu à empresa alcançar 5% de incremento este ano. "Acreditamos que são ações como essa e mais foco nas exportações que vão nos permitir passar por essa turbulência com equilíbrio no próximo ano", argumenta.

Estratégias que deram certo


Com crescimento de 29,37%, o setor de vestuário e calçado também se mantém longe da crise. Pelo menos é o que atesta o diretor presidente da fábrica de roupas profissionais Bicho da Seda, Luiz Barreto Rocha, que já anotou um incremento de 53,32% no faturamento até setembro deste ano. "Sabemos que o resultado é atípico. Porém não foi fácil. Para atravessar este período tivemos que realizar reduções de preços e margens, além de revisar a estrutura de custos, especialmente fixos e de pessoal. Nossa meta é termos um 2015 de resultados financeiros melhores que 2014, não apenas melhores em faturamento", projeta .

Segundo ele, ao perceber a intensificação da instabilidade econômica, foi dado um passo fundamental: a revisão da estratégia da empresa. "Adotamos três abordagens estratégicas, uma para pequenas empresas de Manaus, outra para grandes demandas nacionais e uma terceira para exportação de produtos de segurança e proteção com maior tecnologia", detalha.

Para o empresário, essas medidas vão garantir bons números e uma possível contratação de novos profissionais no início de 2016.

Confira abaixo a reportagem que o diretor presidente da Bicho da Seda e Conselheiro do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Luiz Augusto Barreto Rocha, concedeu à jornalista Juliana Geraldo para esta reportagem, publicada no Jornal A Crítica:

1 - A Bicho da Seda acompanhou esse efeito de crescimento no faturamento neste período mesmo em meio à crise econômica?

Luiz Augusto Barreto Rocha -
Sim. 2015 está apontando uma tendência de em reais termos o melhor faturamento da BDS pelo menos dos últimos cinco anos.

2 - Algumas empresas tem diversificado produtos e serviços para 'sobreviver' à esse período e conquistar algum ganho no faturamento. Esse é o caso da BDS? Em caso positivo, quais foram as estratégias/produtos adotados para enfrentar a instabilidade da economia?

LABR-
A palavra sobreviver descreve bem a situação atual. A luta é diária e a crise é muito séria e está afetando a todos. Na BDS temos trabalhado mais, temos envolvido as pessoas da organização nas discussões das soluções e investido nosso tempo e atenção nos melhores. Algumas decisões ótimas porém muitas vezes difíceis tem que ser tomadas ao longo da vida empresarial e crises são excelentes oportunidades de progredirmos nas melhores direções.

Quanto a estratégias de mercado e produto, além do maior volume de trabalho e envolvimento das pessoas, focamos em alguns segmentos de produtos de maior valor agregado e voltados para a proteção e segurança. A BDS é uma empresa de atuação nacional, em 2014 realizamos vendas para 23 dos 27 estados brasileiros. Um exemplo: somos fornecedores de grandes indústrias mundiais no segmento siderúrgico e com atividades industriais agressivas aos funcionários, como fundições. Nestas empresas os valores dos passivos trabalhistas no caso de acidentes de trabalho que tragam danos à saúde dos empregados são muito altos – e crescentes. Desta forma, em momentos de crise, proteger o caixa aumentando a segurança e tomando decisões de eliminação de passivos são também muito observadas pelos nossos melhores clientes. Porém, são muitas as frentes neste combate, citamos apenas duas batalhas desta verdadeira guerra pela prosperidade em que estamos todos inseridos.

Mencionando negócios importantes que realizamos em 2015, destacamos que adotamos três abordagens estratégicas: 1) Pequenas empresas de Manaus; 2) Grandes demandas nacionais; 3) Exportação de produtos de segurança e proteção com maior tecnologia.

Dentre grandes demandas nacionais, podemos destacar a vitória que realizamos em contratar com o Consórcio Construtor Belo Monte, uma das maiores obras em andamento no mundo hoje e maior geradora de empregos na construção civil. Outro negócio importante foi o governamental. Realizamos vendas de roupas escolares e militares e até setembro em torno de 25% de nosso faturamento foi obtido deste negócio. Infelizmente, com a redução dos orçamentos dos governos houve a consequente redução destes fornecimentos e fomos forçados a demitir em torno de 130 pessoas. Porém, esperamos que no início de 2016 a situação dos orçamentos governamentais estejam melhores resolvidas, e estas demandas retornem, até porque educação e segurança são fundamentais sempre, especialmente em nosso país. Isso acontecendo, começaremos o ano de 2016 admitindo.

3 - A empresa tem números de faturamento ou percentuais de crescimento que possa divulgar?

LABR -
Realizamos um crescimento de faturamento em reais até setembro/2015 de 53,32%. Sabemos que isto é muito alto e atípico. Porém há de ser considerado que crescimento de faturamento muitas vezes nada tem a ver com o que permite a sobrevivência das empresas, que é o melhor resultado. Para atravessar este período tivemos que realizar reduções de preços e margens, além de revisar integralmente a estrutura de custos, especialmente fixos e de pessoal. Nossa meta é termos um ano de 2015, ao final, de resultados financeiros melhores que 2014, não apenas melhores em faturamento.

4 - Quais são os planos para continuar equilibrando o faturamento enquanto a crise econômica não passa?

LABR -
Melhores pessoas. Olho firme nos custos e no caixa. Explicar a todos que estamos afetados pela crise igualmente e que não adianta chorar nem se lamentar. Não olhar pela janela e repetir notícias ruins, é melhor olhar no próprio espelho e agir! Nossas pessoas que realizam interações com o mercado têm que ser aves de bom agouro, nada de lamentações –  olho no futuro – que será melhor que hoje e estaremos mais preparados para realizar melhorias constantes em nossos negócios e em nossas vidas!

Serviços

Glacial


Loja 1: Rua Major Gabriel, P.14

Tel:3233-7871

Web: www.glacial.com.br

Portela Woods


End: Av. Max Teixeira, Flores

Tel:3651-6396

web: www.portelawoods.com.br

Bicho da seda


End: Av. São Jorge

Tel: 3671-7521

web:roupaprofisfsional.com.br

Fonte: Portal Acrítica.com.br, com edição da Assessoria de Comunicação do Cieam

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