10/07/2015
Nos cinco primeiros meses do ano, a queda da produção do Polo de Duas Rodas foi de 9,5%, o que levou as empresas a demitirem 1,3 mil trabalhadores, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
De acordo com o diretor industrial da Harley-Davidson do Brasil, Celso Ganeko, os descontos dados para liberar seus estoques resultou em menor lucratividade, apesar de a empresa ter registrado alta de 2% nas vendas, em 2014.
"No final do ano passado, enquanto todo o outro segmento (de Duas Rodas) vinha em queda acentuada, o de alta cilindrada se manteve, até com um pequeno crescimento", disse o executivo.
Segundo Ganeko, mesmo com os descontos oferecidos, o segmento com motorização de alta cilindrada tem tido dificuldade em atrair o público, principalmente pela baixa credibilidade da economia. "As pessoas que têm dinheiro para investir no produto premium, que basicamente usam a moto no fim de semana, estão decidindo postergar esse investimento", explicou o executivo da Harley-Davidson, que amargou queda de 4,6% nas vendas do atacado este ano.
A empresa também já congelou seus investimentos, sendo o último o mais relevante, o aporte na fábrica da montadora, em 2011. Segundo Ganeko, a Harley-Davidson opera hoje com 60% de sua capacidade produtiva, taxa que chegou a 90%, entre 2011 e 2012.
Honda
A Moto Honda da Amazônia, que também produz motos de 400 a 1000 cilindradas – correspondentes a 30% do mercado da japonesa – acompanha com cautela a retração nesta faixa.
Para o gerente de relações institucionais, Mário Okubo, o problema pode ser passageiro. "Esse mercado é muito competitivo. No ano passado, a alta cilindrada veio em crescimento mas, infelizmente, esse ano as vendas caíram. As motos populares dependem muito de financiamento e as grandes não, pois o poder aquisitivo desse público é diferente. Então, acredito que seja um problema mais de sazonalidade, que deve voltar a crescer em curto prazo", disse.
Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, encarar essa pequena queda que o setor teve como uma crise definitiva pode ser prematuro. "O segmento vinha obtendo um crescimento sistemático e é a primeira vez que teve uma queda. A gente entende que isso é um reflexo da deterioração do mercado como um todo e pode ser algo pontual. Vamos monitorar os resultados, mas temos uma expectativa positiva em relação a esse segmento", completou o presidente da entidade.
Fonte: Portal D24am.com