02/12/2020
Fonte: G1
Alguns setores do polo industrial de Manaus tentam driblar as dificuldades provocadas pela falta de insumos durante a pandemia. Depois de suspender a produção durante o pico da pandemia, os fabricantes de bicicletas, por exemplo, não conseguem peças fundamentais.
Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletase Similares, a tendência é que a dificuldade de suprimentos se arraste pelos próximos 6 meses. A escassez de componentes causou uma redução de 20% da produção comparado ao ano passado.
“No Brasil, em média, nós temos 50% de insumos que são nacionais e 50% que são importados. Os grandes problemas estão com a base de insumos importados, que vem em grande maioria do sudoeste da Ásia que representa hoje 80% da produção mundial de bicicletas. Grande parte das empresas que fabricam peças e componentes estão lá”, explica o vice-presidente da Abraciclo, Cyro Gazola.
Segundo Gazola, há falta de peças para compor as bicicletas, como freios, suspensões e até selins.
De acordo com o Centro da Indústria do Amazonas, os fornecedores que produzem componentes eletrônicos enfrentam problema da oferta e demanda, além das dificuldades logísticas para trazer material para Manaus.
O risco é que esse período sem produção impacte no nível de crescimento e faturamento anual de todos os setores.
Segundo o vicepresidente industrial da Honda, Julio Koga, o estoque de peças não foi afetado, mas a empresa não escapou dos reflexos da pandemia. “Antes da pandemia, o seguimento de motocicleta vinha numa crescente. Não vamos conseguir recuperar isso”, disse.