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Paulo Guedes no comando do CAS gera cautela e temor entre políticos e empresários

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12/07/2019

Notícia publicada pelo site Amazonas Atual

Por Felipe Campinas

MANAUS – A confirmação do ministro da Economia Paulo Guedes na presidência do CAS (Conselho de Administração da Suframa), nesta quinta-feira, 11, gerou cautela e temor entre políticos e empresários do Amazonas. É que a equipe econômica do governo Bolsonaro, que é contra os incentivos fiscais para a Zona Franca de Manaus, passa a comandar o conselho que analisa e aprova investimentos com renúncia tributária no Amazonas.

Para o senador Plínio Valério (PSDB), a instituição de Guedes à presidência do CAS “é colocar a mucura no galinheiro” e “é mais um desafio” para a bancada amazonense. Ele disse que os parlamentares foram eleitos para defender os interesses do Estado e que já estão “acostumados” com as ameaças à Zona Franca de Manaus.

“Indicar o ministro Paulo Guedes presidente do conselho mais importante para nós, o da Zona Franca, é mandar a mucura tomar conta de galinheiro. É um perigo para nós. É mais um desafio pra gente. Isso aí, nós já estamos acostumados. E nós fomos eleitos senadores não atoa, foi para lutar contra esse tipo de coisa. O Amazonas pode ficar tranquilo em relação a isso”, afirmou Plínio Valério.

O senador Eduardo Braga (MDB) disse que a bancada amazonense está atenta para defender os interesses do Polo Industrial e a Zona Franca de Manaus. “Nós teremos que conviver lutando e estando sempre atentos para defender a Zona Franca, para conquistar novas posições de investimentos permanentemente. Eu creio que assim será”, afirmou o parlamentar.

‘Cedo para avaliar’

Omar Aziz (PSD), que é o coordenador da bancada amazonense no Congresso Nacional, disse que é “muito cedo” para avaliar a atuação de Guedes no CAS. Para o senador, os parlamentares do Amazonas “têm todo dia travado uma queda de braço” para manter o modelo Zona Franca de Manaus.

O senador citou a Portaria 309, do Ministério da Economia, que reduzia temporariamente a alíquota do Imposto de Importação para bens de capital e de informática e telecomunicações e que foi suspensa após pressão política de parlamentares do Amazonas e de outros estados.

O coordenador da bancada amazonense também disse que “não sabe se o Paulo Guedes” virá para alguma reunião. “O presidente do CAS já foi o José Pimental, ministro da Indústria e Comércio. Ele foi quatro anos ministro e nunca veio para uma reunião do conselho, sempre mandava secretário ou adjunto. Eu não sei nem se o Paulo Guedes vem para alguma reunião. Ele pode mandar o Carlos Costa ou outro secretário”, afirmou Omar Aziz.

O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, também disse que é cedo para avaliar a instituição de Paulo Guedes na presidência do CAS. Mas, para o empresário, a indústria situada na Zona Franca de Manaus terá que “trabalhar bastante” para manter o modelo “saudável e em condições de atrair investimentos”.

“Ainda é cedo para falarmos da atuação dele no CAS. A equipe econômica é contra incentivos fiscais que são a base do modelo. A diferença é que, no caso da ZFM, esses incentivos são regionais, não são para favorecer esse ou aquele seguimento”, afirmou Périco.

‘Ele precisa aprender a Amazônia

Arthur Virgílio Neto (PSDB), prefeito de Manaus, disse que a vinda de Paulo Guedes a Manaus “vai ser muito bom” porque o ministro “precisa aprender sobre a Amazônia”. “Ele sabe muito a economia, isso é ótimo, mas ele precisa aprender a Amazônia”, afirmou.

“É impressionante a nossa elite política, econômica, não conhecer a Amazônia. Quando vem, vai para um hotel de selva. Eu quero que eles realmente mergulhem na nossa realidade, liguem a proteção à floresta que nós fazemos”, disse Arthur Neto.

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