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Parceria pode destravar funcionamento do CBA

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26/11/2018

Notícia publicada pelo Jornal Acrítica

O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) pode, enfim, desenvolver matéria-prima amazônica e elevar o status de pesquisa no Estado. Essa é a meta do grupo Aliança para a Bioeconomia da Amazônia (ABio), que venceu o processo seletivo do Edital de Chamamento Público nº 2/2018 do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e agora passa a gerir o Centro.

Atualmente, o CBA funciona como braço da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) com subordinação direta ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), responsável por pagar as contas do instituto. Com a nova gestão, o centro passa a ter personalidade jurídica por meio de uma Organização Social, o que viabiliza a patente de produtos e orçamentos, por exemplo.

O superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Vírgilio Viana, uma das instituições que integram ABio, explica que há várias etapas a serem seguidas, que estavam previstas no edital no MDIC e a expectativa é que o contrato de gestão seja assinado em abril de 2019.

“A nossa ideia é começar, a partir de agora, um processo de transição, que a gente comece a dialogar com o CBA, Inmetro e Suframa para que a gente possa chegar no meio do ano que vem com uma visão profunda, bem clara e já pré-operacional, para que possamos fazer o ano de 2019 seja um ano produtivo”, afirma Viana.

A ABio é formada por diversas instituições locais que vão gerir juntas os recursos e pesquisas do CBA. À época do lançamento do edital, um dos receios dos pesquisadores locais era que uma empresa não regional adquirisse o direito de gestão do centro, fato que serviu de incentivo para que as instituições se unissem para concorrer ao edital do MDIC.

“O sentimento que nós temos é que é uma vitória da sociedade amazônida, já que o CBA tem uma plataforma que vai abranger todos os estados da Região e também outros países. O sentimento que nós temos é que as instituições assumiram uma postura colaborativa de integração, de sinergia, partindo da premissa que é muito mais saudável trabalharmos de uma maneira integrada, construindo competências do que de uma maneira competitiva”, avalia o superintendente geral da FAS.

A estratégia da ABio é contribuir para o aumento da participação de atividades produtivas sustentáveis baseadas na bioeconomia. Além de uma agenda a partir da demanda de pequenas, médias e grandes empresas e das comunidades rurais e ribeirinhas, fazendo uma ponte entre ambos os lados e estimulando o empreendedorismo.

Instituições que compõem a Abio

A ABio é formada pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), Centro de Educação Tecnológica do Estado do Amazonas (Cetam), Fundação Paulo Feitoza (FPF), Universidade Nilton Lins (UniNiltonlins), Rede de Inovação e Empreendedorismo da Amazônia (Rami), Associação BioTec-Amazônia, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia legal (Bionorte).

O coordenador da equipe de transição, João Matos, conta que os estudos a respeito da situação da CBA estão sendo feitos, mas adianta que um dos principais problemas é a falta de recursos humanos para as pesquisas.

“Encontramos uma instituição que chegou a ter mais de 150 pesquisadores e hoje tem 16. Nós vamos ter que resgatar o recurso e trabalhar com essa qualificação, restituir o lugar dos pesquisadores, e verificar os equipamentos que desde 2002 estão parados. Equipamentos que custaram R$ 1,5 milhão hoje não valem mais nada”, exemplifica.

Buscar empresas que tenham estrutura de subsidiar a análise local, de amostras que hoje são feitas fora do Amazonas, por exemplo, é um dos pontos iniciais para valorizar os profissionais que estão entrando no mercado de trabalho e de dar visibilidade ao CBA.

Blog: Maria Katherine Oliveira

Pesquisadora de desenvolvimento de bioprodutos do CBA

“Nós fazemos parte da nova gestão e vemos o esforço que é dado, mas as limitações devido à falta de personalidade jurídica limita o uso do recurso que é disponibilizado pelo governo federal, por conta da legalidade. Particularmente, opino que essa aliança renova a esperança que o CBA possa vir cumprir sua missão, que é levar o desenvolvimento sustentável pra Amazônia, de forma abrangente, fazendo as parcerias adequadas dentro da legalidade dentro da possibilidade de patente e de todas as outras exigências que são feitas pelos órgãos de fiscalização e controle. Temos uma empresa regional que investiu recursos próprios justamente para lançar produtos com apelo amazônico, e teve que ser interrompido, descontinuado e, moralmente, eu me senti em débito com essa empresa porque não tinha como a gente continuar por conta do mecanismo jurídico. Existem muitas pesquisas paradas, não só que eu coordeno, mas também das outras áreas. Nas áreas de cultura de tecido, na área da central analítica, microbiologia, biologia molecular. São inúmeros projetos interrompidos ou descontinuados por conta das limitações orçamentárias e de gestão. A nova gestão tem uma visão estratégica global, não só local”.

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