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Para não demitir, aumentam as férias

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06/11/2015

Retração nas vendas e os volumes elevados de estoques nas indústrias do PIM (Polo Industrial de Manaus) levaram fabricantes a reprogramar o período de férias para o final deste ano. As empresas decidiram prolongar o tempo de interrupção nas atividades, que chega a até dois meses. Empresários afirmam que a medida é uma das alternativas utilizadas com o intuito de evitar a ocorrência de demissões, que neste ano, superou o número de 20 mil desligamentos. Conforme os representantes, o polo de duas rodas e o segmento eletroeletrônicos foram os setores industriais mais afetados pela crise econômica nacional.

Diferente dos anos anteriores, os trabalhadores da empresa Harley-Davidson serão dispensados dos postos de trabalho pelo período de dois meses. Antes, as férias coletivas duravam apenas 20 dias.

A mesma situação está prevista para acontecer nas linhas de produção da Yamaha Motor da Amazônia, onde os colaboradores terão 20 dias remunerados para descanso. Até 2014 as férias ocorriam por dez dias. Na Yamaha as férias terão início no dia 14 de dezembro.

De acordo com o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, boa parte das fabricantes está com os estoques abastecidos e mediante 0 baixo índice de vendas, a alternativa encontrada, neste período, foi a liberação dos funcionários, no aguardo de melhores resultados. Périco ainda informou que nos últimos meses as fabricantes também optaram pela redução na jornada semanal de trabalho, que diminuiu de cinco para quatro dias. "O P1M está operando com capacidade instalada entre 50% e 60%. A maioria das empresas estão com volumes elevados de estoques e as vendas estão abaixo das expectativas. Algumas fabricantes ainda deram férias coletivas no último trimestre com 0 intuito de evitar as demissões. As medidas trabalhistas tentam equilibrar a questão produção e faturamento", explicou 0 presidente.

Segundo Périco, todos os segmentos industriais foram afetados pela recessão econômica nacional. Porém, ele considera que o polo de duas rodas amarga números negativos há alguns anos. Enquanto o eletroeletrônico, neste ano, teve quedas expressivas no faturamento. Os Indicadores de Desempenho da Suframa mostram que no período de janeiro a julho de 2015 0 setor faturou R$13 bilhões, com queda de 19,6% em comparação ao mesmo período de 2014, quando o faturamento foi de R$16,2 bilhões.

0 vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, afirmou que a reprogramação no cronograma produtivo acontece com mais ênfase no setor de duas rodas, em função dos altos estoques. "Isso também reflete nas fornecedoras, que são as componentistas. Ocorre um efeito 'dominó"', disse. "Há uma retração expressiva no consumo e as fábricas, com raras exceções, apresentam os pátios cheios de produtos acabados. Algumas empresas estão funcionando somente quatro dias por semana e outras, com apenas uma parte da produção", disse.

Com base no cenário negativo, Azevedo descarta a possibilidade da ocorrência de contratações temporárias para o período de final de ano. Ele ressalta que a probabilidade está no aumento dos pedidos para o fornecimento de produtos a partir de novembro, ocasião em que os materiais retidos em estoque serão escoados. "Pode acontecer de alguns pedidos serem feitos em novembro e as empresas fornecerão o que está produzido, sem mexer na produção", salientou.

Fonte: JCAM

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