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Para conhecer a economia amazonense

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23/07/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Que a economia do país está capenga, isso todo mundo sabe. E o Amazonas segue no mesmo ritmo. Mas quem quiser saber um pouco mais sobre a história da economia no Estado desde que os primeiros colonizadores aqui chegaram e como foi seu desenvolvimento, entre altos e baixos, até os dias de hoje, pode ler a segunda edição de 'Notas históricas da economia do Amazonas', livro do escritor Gaitano Antonaccio, que será lançado no sábado (21), às 10h.

"É uma segunda edição, como se diz no jargão literário, revista e atualizada", falou Gaitano. "A primeira edição é de 2003. Foi um livro escrito a partir dos trabalhos de outros autores, como Mário Ypiranga Monteiro, sobre o qual acrescentei informações novas", disse.
As notas históricas do livro começam logo após a chegada dos portugueses aos Brasil, em 1500, quando Portugal não deu muita atenção ao filão que havia descoberto até 1503.

Naquele ano, o navegador Gonçalo Coelho informou ao rei D. Manuel que as novas terras estavam repletas de árvores, como o pau-brasil, já naquela época, cobiçadas. De Pindorama para a Amazônia, em 1839, foi um pulo, com a descoberta da borracha, que 50 anos depois passou a rivalizar com a produção cafeeira de São Paulo. "Com o apogeu da goma elástica exportada para o mundo, entre os anos de 1890 a 1910, teremos como resposta um acervo patrimonial construído na cidade de Manaus. É a fotografia revelada da riqueza que nutria a economia amazonense, quando se digladiavam os Estados de São Paulo e Amazonas para manter a hegemonia do progresso brasileiro, no revezamento das exportações de café, no primeiro caso e da borracha, no segundo", escreveu.

Com a perda da hegemonia do comércio da borracha para países asiáticos, a partir de 1911, a economia de Manaus, e do Amazonas, entrou num marasmo que durou mais de 50 anos e só se encerraria com a implantação da Zona Franca, em 1967. "Imediatamente, antes de entrar na década de 1970, Manaus voltou a ser ponto de atração para importadores de várias partes do mundo, chegando à cidade grandes empresas dessa área e depois as primeiras indústrias", lembrou.

Dependentes da Zona Franca de Manaus

Gaitano conhece bem os meandros desde os primórdios da Zona Franca de Manaus. Contador e administrador, ele foi dos pioneiros a dominar todos os artigos, parágrafos, incisos e alíneas do Decreto-Lei 288, que criou a Zona Franca de Manaus. "A partir de 1969, até poucos anos atrás, os processos industriais de mais de 125 empresas passaram pelas minhas mãos. Para se instalar em Manaus, essas empresas precisavam conhecer e se adequar ao Decreto-Lei 288, e era aí que eu entrava com meus conhecimentos", falou.

"O Amazonas é um dos Estados que mais sofre com essa situação complicada da economia do país, porque não produz praticamente nada. Nos tornamos dependentes da Zona Franca, diferente dos paraenses que, como não tiveram uma zona franca, investiram em outras áreas, como o agronegócio e a mineração, por exemplo, e hoje têm um PIB duas vezes maior que o do Amazonas. Se tirarem a Zona Franca de Manaus voltaremos a ser nada, como após o fim do apogeu do comércio da borracha, em 1911", lamentou.

"Sem falar que o modelo Zona Franca nunca deixou de sofrer retaliações por parte, principalmente, dos empresários de São Paulo, com as importações sendo minadas por concorrências nem sempre éticas e legais, e o comércio de Manaus sofrendo de restrições que vão desde a burocracia indestrutível, falta de estrutura nos órgãos de administração aduaneira, tributação excessiva e outros fatores que desestimulam grandes empreendedores", completou.

"Se a situação da Zona Franca de Manaus está boa, hoje? Diria que é a mesma situação econômica do país onde nada funciona com honestidade. Nessas décadas que tenho trabalhado junto a grandes empresários locais e nacionais, nunca vi uma situação como essa onde pessoas da classe média alta estão enfrentando dificuldades financeiras", afirmou.

Serviço

'Notas históricas da economia do Amazonas', será lançado no sábado (21), às 10h, no Espaço Cultural Francisco Antonaccio, rua Monsenhor Coutinho, 527, Centro, próximo à praça do Congresso. O evento é aberto a todos que gostam de ler sobre economia e história do Amazonas.

POR DENTRO

Trecho do livro

"A história econômica do Amazonas, iniciada com o cultivo das drogas do sertão, dependente de uma agricultura frágil e sem estratégias, em decorrência de um solo ingrato que se vinga do clima quente e úmido, porque nele, nem tudo que se planta, viceja, sempre viveu de ciclos e de conjunturas patrocinadas pelos favores do governo federal.
Localizado em uma região distante dos principais centros consumidores do país, desintegrado dos demais Estados da Federação pela formação de uma geografia perversa, o Amazonas até meados do século 20, era muito mais isolado do que continua a ser nos dias atuais. E essa melhora começou quando a aviação compensou as distâncias, sem, todavia, amenizar custos, embora tornando mais rápido o transporte e mais próximo o elemento humano".

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