17/12/2014
Para ele, no entanto, "é possível que com o sucesso na implementação desse ajuste, ocorra uma retomada da confiança e, a partir do segundo semestre, uma retomada do crescimento". Segundo Castelo Branco, atualmente a indústria está com uso da capacidade reduzido e alguns estoques elevados. Desta forma, os investimentos que podem ser realizados só serão feitos no segundo semestre.
De acordo com o economista, as duas variáveis críticas para a retomada do crescimento serão o investimento e a exportação, uma vez que o consumo será menor. Do lado das exportações, a entidade patronal espera uma contribuição positiva do câmbio, que permitirá um superávit na balança comercial no ano que vem, apesar do déficit projetado para 2014. "Vamos ter uma contribuição da taxa de câmbio que dará uma margem de competição melhor para produtos domésticos", disse.
Já em relação aos investimentos, a projeção da CNI é de estagnação em 2015 após queda de 6,7% em 2014. "Se a reversão do quadro se materializar e a confiança melhorar, o investimento deve mostrar algo de positivo para a segunda metade do ano", avaliou ele.
A expectativa da CNI é que a indústria tenha desempenho semelhante ao do PIB, com avanço de 1%. A indústria de transformação deve avançar 0,8% em 2015, atrás dos serviços industriais de utilidade pública, que crescerão 1,7% de acordo com a CNI, e a indústria extrativa, que avançará 2,5%. Já a construção civil deve estagnar.
Além disso, na avaliação da entidade, o consumo das famílias deve contribuir com 1,4% do PIB em 2014 e 0,7% do PIB em 2015. Já a taxa de desemprego deve ficar um pouco maior em 2015. Para 2014, a expectativa é que se encerre o ano com uma taxa de 4,8% da População Economicamente Ativa (PEA). Para o ano que vem, mesmo com a perspectiva de uma ligeira melhora na economia, o desemprego deve ficar maior e atingir 5,2% da PEA. Para a inflação, a CNI projeta 6,4% este ano e 6,2% para 2015.
Fonte: Valor Econômico