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Pandemia: setores econômicos sofrem forte queda em abril no AM

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12/05/2020

Fonte: EM TEMPO

Waldick Júnior

No primeiro mês completo sob os efeitos das medidas de contenção ao novo coronavírus (Covid-19), em abril, setores como a indústria, comércio e o agronegócio amazonense registraram forte queda na arrecadação, além de grande instabilidade. Enquanto a economia continua a cair, a curva de contágios do vírus, no Amazonas, não para de subir. Até esta segunda-feira (11), o Estado registrava 12.919 casos de pessoas contaminadas, com 320 novos registros nas últimas 24 horas.

A indústria, por exemplo, recuou pelo menos 25% em abril, de acordo com o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). “Abril foi um mês parado para a indústria amazonense. Desde março que nós estávamos com muitos funcionários em férias coletivas. Nesse contexto, mais da metade das empresas do Polo Industrial estavam paradas. Logo, o faturamento também estava congelado. E agora, nós já estamos indo para o segundo mês de empresas que seguem sem produção. Por aí você já tem uma noção dos prejuízos”, pontua o presidente do Cieam, Wilson Périco.

O setor industrial do Amazonas foi responsável, em 2019, por 29,53% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Foram R$ 7,939 bilhões arrecadados. O dado é da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).

Périco explica que, além da falta de produção nas fábricas, há também queda brusca na procura por novos produtos. Durante a pandemia, boa parte das pessoas pode ter que pensar duas vezes antes de adquirir novos eletrodomésticos ou até mesmo um carro, dada a necessidade de racionar as finanças.

Além disso, em algumas cidades do Brasil está proibida a compra de eletrodomésticos e outros produtos que não sejam considerados essenciais. A cidade de Teresina (PI), por exemplo, vetou a compra de eletrônicos, eletrodomésticos e roupas. O decreto assinado pelo prefeito Firmino Filho no último sábado (9) busca evitar aglomerações em compras consideradas não essenciais.

“Isso afeta a nossa economia, por que, pergunte a você mesmo: dá pra produzir e não vender? Quanto tempo as empresas conseguirão ficar nessa situação”? Questiona o presidente do Cieam.

Essencial, mas em prejuízo

Outros setores sentem menos a crise econômica por terem sido considerados - mesmo que parcialmente - essenciais durante o distanciamento social. O primeiro deles é o agronegócio que, de outubro a dezembro de 2019, arrecadou R$ 1,942 bilhões no Amazonas, uma alta de 9,21% em relação ao mesmo período de 2018.

Mas, agora, diante da crise sanitária, o diretor-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, afirma que o movimento é de queda. Muni conta que, em abril, o agronegócio amazonense sentiu retração e alguns segmentos da atividade foram impactos com redução de vendas e de preços, principalmente por conta da paralisação de restaurantes, bares e feiras livres.

“Esses lugares são importantes canais de comercialização de hortaliças, frutas, queijos e outros produtos. Mas, para além disso, ainda houve uma dificuldade em enviar os produtos para outras regiões e cidades, dada a pouca disponibilidade de transporte fluvial. Até mesmo no Amazonas”, afirma o presidente da Faea.

De acordo com Muni Lourenço, o peso dos impactos econômicos só não são maiores na agricultura, porque o setor foi considerado como atividade essencial pelos governos federal e estadual, e por isso não ficou sujeito à paralisação. O motivo é simples: disponibilizar alimentos para a população.

Comércio

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, disse que o balanço ainda não está fechado, mas que há uma previsão de retração no setor comercial de 40% nesse mês de abril. Segundo ele, a crise econômica, com o fechamento das lojas, foi muito além do que os empresários aguardavam.

"Em abril, 60% das lojas fecharam. No setor de serviços, cerca de 70% dos estabelecimentos também não funcionaram. Todos, claro, por seguirem uma série de recomendações médicas e governamentais contra a Covid-19. Está sendo difícil, mas ainda temos supermercados, padarias e farmácias abertas”, diz Frota.

Em 2019, só o setor de serviço arrecadou R$ 13,958 bilhões, representando 51,92% de participação no PIB do Amazonas. Ou seja, metade do que ganhou o Estado veio a partir desse setor. Houve também uma alta de 6,88% em relação a 2018. Para o próximo ano, o número ainda é um mistério.

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