CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Pandemia e a indústria

  1. Principal
  2. Notícias

08/02/2021

Fonte: Acrítica

No começo da pandemia em 2020, da noite para o dia muitas indústrias precisaram se readequar às novas regras de segurança em uma tentativa de conter a doença. Agora, a situação continua problemática: muitas pessoas trabalhando em casa, demissões em massa, segurança redobrada e caos em toda a cidade.

Ainda que os efeitos sanitários e econômicos da Covid-19 permaneçam, a indústria tem feito a sua parte para ajudar o Amazonas na travessia deste período mais agudo da crise. Em todo o estado, o setor produtivo mostrou solidariedade e velocidade de resposta, realizando ajustes rápidos em linhas de produção para atender às necessidades básicas da população.

Segundo Nelson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), as medidas restritivas impostas pelo Governo do Estado também ajudam o setor industrial. “Acreditamos que as restrições impostas pelo governo estadual, onde limitou a circulação e a produção por duas semanas, venha a trazer uma diminuição no contágio do vírus. Se a situação se agravar, provavelmente o poder público local terá que estabelecer restrições e isso poderá afetar a Zona Franca de Manaus.”

No primeiro pico da doença, em abril do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmou que houve uma queda no faturamento no setor em todo o país. O emprego industrial foi o menor desde 2004 e a atividade industrial foi a mais baixa da década. Apesar do clima otimista para o período pós-pandemia, a indústria ainda enfrenta muitas perdas.

RETOMADA

Com a paralisação em toda a cidade e o colapso no sistema de saúde no Amazonas, as empresas precisaram remodelar a forma de trabalho dos funcionários e toda a gestão da empresa.

Em virtude dos impactos da Covid-19 nas cadeias de suprimento, que geram indisponibilidade de insumos para a produção e o agravamento da pandemia no estado do Amazonas, a Moto Honda da Amazônia, uma das mais tradicionais na Zona Franca de Manaus, suspendeu temporariamente as atividades de sua linha de produção entre os dias 25 de janeiro e 3 de fevereiro em uma tentativa de frear a cadeia de contaminação da doença.

Agora, a empresa atende ao Decreto N° 43.340/21 do Governo do Amazonas, que estabelece medidas restritivas contra a Covid-19, entre elas a proibição da circulação de pessoas em determinados horários. Para atender a essa flexibilização gradual, os cuidados básicos continuam, e algumas atividades devem permanecer somente em regime home Office.

“A empresa intensificou os protocolos de saúde e segurança aplicados na fábrica, que conta com mais de 200 medidas, e reforçou as orientações aos colaboradores. São realizadas avaliações de saúde como medição de temperatura no acesso à fábrica; horários diferenciados e intercalados para evitar aglomerações; reorganização de espaços, limitação do número de pessoas e adoção de critérios de distanciamento mínimo em locais como ônibus, linhas de produção, refeitórios e salas de reunião; divisórias em mesas de almoço, novos critérios de higienização, limpeza e sanitização bem como a adoção de máscaras”, informou a assessoria de comunicação da Moto Honda da Amazônia.

Déficit na produção não afetará preços

A paralisação no setor industrial acarretou uma série de problemas na produção no Estado e apesar das perdas, o déficit na produção não deve afetar o preço dos produtos da ZFM. “O que influencia a queda ou o aumento de produtos é a variação cambial ou o aumento no preço dos insumos. Esse aumento ainda não existe, exceto pelo preço do ar-condicionado que teve uma alteração pela grande demanda por oxigênio em Manaus”, explica Jorge Nascimento, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

Para Cristiana Oliveira, porta-voz da Moto Honda da Amazônia, a pandemia criou comportamentos e novas preferências para os consumidores, o que deve influenciar no mercado deste ano.

“O período de pandemia acelerou a tendência de mudança no comportamento de compra do consumidor que, com o avanço da tecnologia, já vinha migrando para o consumo on-line. Os sites de e-commerce são uma tendência de comportamento para o futuro, no médio e longo prazo. Essa modalidade de consumo tende a crescer, e a motocicleta tem muito a contribuir nesse processo. Para o consumidor final, ela possibilita o recebimento do produto com rapidez e baixo custo de frete; para o empresário é um ativo fundamental para a eficiência da operação logística; e para o moto frentista seguirá sendo uma ferramenta de geração de renda”, complementa.

A situação no Amazonas ainda deve ser estudada, já que a pandemia ainda está instalada de forma muito presente no cotidiano de todo o Estado. Segundo Nelson Azevedo, algumas empresas podem ceder alguns benefícios para dar auxílio aos seus funcionários. “Na primeira onda da pandemia, as medidas do governo evitaram demissões e o nível de emprego foi mantido na indústria. Muitas empresas concederam férias coletivas, licença remunerada e aplicaram as medidas provisórias de manutenção de emprego e renda. Nessa segunda onda, algumas empresas já concederam férias coletivas aos seus funcionários e estão avaliando a nova situação. Dependendo do fim do período das restrições, novas medidas poderão ser implementadas ”.

Uma forma de lidar com esse impasse, segundo Jorge Nascimento, seria adotar uma abordagem orientada a dados para o gerenciamento de riscos e se concentrar em criar flexibilidade suficiente em seus processos de fabricação e se proteger contra futuras interrupções. “É necessário estudar o mercado e se adaptarás novas exigências. Estudar o comportamento do consumidor e onde há a maior perda influenciam muito nisso”, explica o presidente da Eletros.

Frase


“Se a situação se agravar, provavelmente o poder público local terá que estabelecer restrições e isso poderá afetar a ZFM”.

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House