28/01/2019
Notícia publicada pela Agência Estado
Tema mais debatido e aguardado pelo mercado nos
últimos dois anos, a reforma da Previdência a ser perseguida pelo
governo de Jair Bolsonaro (PSL) deverá provocar importantes
alterações na dinâmica do mercado de trabalho ao longos dos
próximos anos. A expectativa de analistas é de que a nova
proposta seja apresentada já em fevereiro e traga, entre outros
pontos, a definição de uma idade mínima para aposentadoria.
Diante da intensa mudança demográfica e da perspectiva de
envelhecimento mais acentuado da população, a avaliação é de
que podem ser necessárias políticas voltadas à absorção de
profissionais mais velhos pelo mercado de trabalho.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra a Domicílio (Pnad)
revelam que, até o terceiro trimestre de 2018, apenas 7,42% dos
trabalhadores no mercado de trabalho no País, considerando
trabalho formal e informal, têm mais de 60 anos de idade. São
cerca de 7,8 milhões de trabalhadores sexagenários num universo
de 105,1 milhões de profissionais economicamente ativos e ante
um total de 32,75 milhões de pessoas com mais de 60 anos no País
Entre os profissionais de 40 anos a 59 anos, a faixa empregada
corresponde a 37,95%, ou 39,89 milhões de pessoas.
Os formuladores da proposta de reforma, especialmente o
ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário da Previdência,
Rogério Marinho, ainda não deniram se haverá diferença entre as
idades mínimas para homens e mulheres ou se os dois grupos
terão regras idênticas. Entre as possibilidades, o governo avalia se
poderia seguir com a proposta apresentada pelo governo Temer,
com idade mínima de 65 anos tanto para homens quanto para
mulheres, ou trabalhar com uma proposta menos agressiva, de 57
anos para mulheres e 62 anos para homens.
O fato é que, de qualquer maneira, a proposta de reforma irá “subir o sarrafo”, já que, atualmente, a regra oferece aos trabalhadores a possibilidade de acesso relativamente cedo aos benefícios previdenciários, com casos em que a aposentadoria é concedida até mesmo a pessoas com menos de 50 anos. Especialistas reconhecem, entretanto, que a alteração poderá gerar desdobramentos prejudiciais aos trabalhadores da parcela mais velha do mercado de trabalho.