08/01/2019
Notícia publicada pela Agência Brasil
O Brasil pode levar quase uma década para voltar ao nível de
desemprego que tinha antes da crise, caso o País cresça nos próximos
anos no ritmo esperado para 2019. Isso porque, mesmo após o m da
recessão, a lenta retomada da economia e os adiamentos dos
investimentos têm travado o mercado de trabalho.
O mais recente Boletim Focus, do Banco Central, projeta que o Produto
Interno Bruto (PIB) do País cresça cerca de 2,5% no ano que vem. É um
resultado melhor que o esperado para 2018, de 1,5%, mas bem abaixo do
que o mercado imaginava no começo do ano.
Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, e do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) têm projeções
semelhantes, imaginando um crescimento entre 2,4% e 2,7% em 2019. Se o
País mantiver um crescimento médio de 2,5% ao ano, o desemprego, pela
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, só voltará aos 6,8%, registrados em 2014, em quase dez anos, segundo a
consultoria Schwartsman e Associados.
O excesso de ociosidade do setor produtivo e a baixa demanda interna
têm levado a uma retomada lenta do emprego formal, diz o ex-diretor do
Banco Central Alexandre Schwartsman. “O mercado de trabalho está
melhor do que há um ano, mas ainda é o emprego informal – menos
qualificado e com pior remuneração – que está reagindo com mais força”.
O excesso de ociosidade do setor produtivo e a baixa demanda interna
têm levado a uma retomada lenta do emprego formal, diz o ex-diretor do
Banco Central Alexandre Schwartsman. “O mercado de trabalho está
melhor do que há um ano, mas ainda é o emprego informal – menos
qualificado e com pior remuneração – que está reagindo com mais força”.
A projeção da consultoria considera vários cenários de crescimento para o
País e o quanto a taxa de desemprego cairia em cada um deles. Se o País
crescer em média 4% ao ano, por exemplo, o desemprego volta ao nível de
antes da crise em quatro ou cinco anos.
Caso o próximo governo consiga passar uma agenda robusta de reformas
no Congresso e sinalizar uma mudança na trajetória da dívida pública, a
confiança e o investimento voltam mais fortes e devem aquecer a
economia e o mercado de trabalho, diz Schwartsman.
Ele lembra, no entanto, que se o desemprego cair abaixo de 9%, apesar de positivo para o trabalhador, seria suficiente para pressionar preços e salários e fazer a inação subir.