22/11/2019

Fonte: Em Tempo

Rebeca Mota

O Amazonas teve um cenário difícil na geração de empregos em outubro deste ano com uma queda de 45% na comparação com igual ao ano passado. Os dados são do Ministério do Trabalho, que divulgou o relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem (21).

Em todo o Amazonas teve um saldo de 651 vagas formais no mês de outubro, uma diferença de 12,4 mil admissões e 11,7 mil demissões. Já em outubro do ano passado, o Amazonas teve um saldo 1,1 mil empregos. O estado também teve queda de 69,9% em comparação a setembro do ano passado, em que registrou um saldo de 1,6 mil empregos formais.

O resultado negativo foi puxado principalmente pela queda na construção civil e serviços. Segundo dados do Caged, os setores registraram menos 232 e 114 vagas, respectivamente.

Em outubro deste ano, a construção civil teve um dos piores resultados, com o fechamento de 1,3 mil postos de trabalho. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank Souza, a queda se deve aos encerramentos das obras.

“Esta é primeira vez no ano que tivemos um resultado negativo. Mas o resultado deve ser por conta do encerramento das obras. Geralmente neste período de setembro, outubro e novembro se encerra grandes obras. E estamos começando em período de chuvas, o que dificultam as obras e por conta disso paramos”, enfatiza.

Uma das maiores retrações relativas em outubro foi do setor de serviços com saldo negativo de 114 vagas. No total, o setor dispensou 4,7 mil pessoas.

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, a instabilidade política afeta a empregabilidade no setor de serviços.

“O Brasil está linkado à questão política. Há uma retração dos negócios e isso afeta a empregabilidade. Antes tinha a questão da aprovação ou não da reforma da previdência e isso gerou uma expectativa”, diz Frota

Segundo o representante do setor de serviços no Amazonas, até o último trimestre o Amazonas pode crescer 4%. Apesar da queda em outubro, o setor, no acumulado do ano, foi um dos que mais cresceu com um saldo 5, 2 mil vagas.

“O setor de serviços é o que tem mais crescido nos últimos anos. Estão aparecendo cada vez mais microempreendedores individuais. Então o futuro é cada vez mais contratar”, diz.

Instabilidade no emprego

A auxiliar administrativa Rosana Santos faz parte do grupo de 11,7 mil pessoas que foram demitidas no Amazonas. Ela conta que está espalhando currículos em vários lugares para conseguir outro emprego. “Ficar desempregada é muito difícil, por isso não posso ficar parada, principalmente por conta deste período de fim de ano que as contas aumentam”.

Outra pessoa que está desempregada é a Dayse Souza. A cabeleireira para se virar, resolveu fazer os serviços na sua própria casa. “Eu tenho um filho, não posso ficar parada, a solução é se virar como pode”.