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Otimismo global não contagia mercado brasileiro de semicondutores

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24/02/2015

A indústria mundial de semicondutores está otimista com relação a 2015, mas o Brasil está longe de ser considerado o mercado prioritário tanto este ano como em 2016 e 2017. O otimismo cauteloso do segmento é uma das constatações apresentadas na mais recente edição da “Pesquisa Global do Setor de Semicondutores”, divulgada pela empresa de auditoria e consultoria KPMG. Dos 155 executivos sêniores entrevistados via web para o estudo, 81% esperam expansão no faturamento com a venda de semicondutores (chips e outros componentes eletrônicos) em 2015 — um ano atrás esse percentual era de 77%.

O índice que mede a confiança do setor atingiu — no levantamento realizado entre setembro e outubro do ano passado — o patamar mais alto desde 2009. Apenas 3% dos executivos ouvidos acreditam numa retração das receitas em 2015, contra 20% que esperam crescimento na casa dos dois dígitos. De acordo com a pesquisa, as oportunidades de expansão mais promissoras para este ano estão nas tecnologias de sensores e microprocessadores, apontadas como as mais importantes por 61% e 54% dos respondentes, respectivamente. “Os sensores são a chave para aplicativos tecnológicos automotivos, telas que respondem ao toque, tecnologia vestível e Internet das Coisas”, diz Marcelo Gavioli, sócio da KPMG. Por sua vez, a importância dos microprocessadores (e também dos sistemas de memória) está diretamente relacionada ao forte desempenho do mercado global de computadores no ano passado.

Durante 2013 e 2014, a indústria global de semicondutores registrou uma sequência de trimestres consecutivos de crescimento na receita, em termos de comparações anuais. “Com uma extensa gama de categorias de produtos atraentes e mercados mais amplos, a maioria dos entrevistados concorda que a indústria de semicondutores está ainda numa fase de expansão e pode estar se tornando menos sensível aos ciclos de expansão e retração de anos anteriores”, explicam os autores do estudo, Gary Matuszak e Packy Kelly, da KPMG.

Apesar do cenário global promissor, o Brasil aparece em posição desfavorável quando comparado a outros países e regiões geográficas. Convidados a classificar quais os mercados mais importantes para suas companhias em termos de aumento da receita em 2015, os entrevistados apontaram Estados Unidos e China como prioridades. O mercado americano foi citado como muito importante por 60% dos executivos, enquanto a China foi destacada por 55%. Já o Brasil amargou o menor percentual do ranking (30%), empatado com o restante da Ásia (excluindo China, Índia, Japão, Taiwan e Coreia do Sul).

Mesmo num horizonte de tempo mais amplo (o triênio 2015, 2016 e 2017), a expectativa a respeito do Brasil se manteve num nível abaixo dos outros países e regiões geográficas. O país foi classificado como “muito importante” para a expansão do faturamento por 32% dos respondentes, o pior resultado entre as nove áreas geográficas listadas.

“Do ponto de vista do crescimento da receita de semicondutores dos fornecedores de chips, o mercado brasileiro é atraente apenas para um número limitado de fornecedores, como Intel, AMD, Samsung, Micron, SK Hynix”, afirma Masatsune Yamaji, analista de pesquisa da consultoria Gartner. “Esses fornecedores podem encontrar algumas oportunidades de negócios no mercado brasileiro de PCs. No entanto, fora do mercado de PCs, há muito poucas oportunidades de negócios para quase todos os fabricantes de chips neste momento. Acredito que esta situação vai se manter pelos próximos cinco a dez anos.”

Yamaji acrescenta que o maior desafio à indústria eletrônica brasileira vem da competição movida pela China e por outras países asiáticos. Entre os trunfos dos fabricantes chineses está uma rica cadeia de suprimentos. “O governo brasileiro encorajou fabricantes mundiais de equipamentos eletrônicos a instalar unidades de produção na Zona Franca de Manaus, mas a cadeia de fornecimento de semicondutores em Manaus é muito fraca, devido à distância de São Paulo”, justifica o analista do Gartner Group.

Segundo dados preliminares da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o faturamento nominal do segmento de componentes elétricos e eletrônicos caiu 2% em 2014, na comparação com o ano anterior. As exportações desse tipo de produto encolheram 10% no período.

Para este ano, a expectativa da Abinee é de um incremento nominal de 2% no faturamento da indústria eletroeletrônica (incluindo as vendas de componentes), uma vez que “não são esperadas medidas expansionistas para a atividade produtiva”, informa a associação em seu site.

Fonte: Abinee

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