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Os famintos do Amazonas pedem ação ágil - Editorial

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06/07/2022

A fome atinge 2,7 milhões de amazonenses de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) base nos indicadores levantados no ano passado. Estudo divulgado em junho, pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) aponta a Região Norte do Brasil com o índice mais alto em nível nacional quanto ao acesso a alimentos - 71,6%-em segundo lugar estão Nordeste, com 68%.

A estimativa é que 4.85 milhões de nortistas vivam em situação de fome. Pesquisas acadêmicas mostram que a crise hídrica e a pandemia impactaram fortemente para aumentar a fome no País. O primeiro estudo da Penssan, no ano de 2019, apontou a existência de 19 milhões de pessoas sem acesso a alimentos. Este ano são 33.1 milhões de brasileiros convivendo forçadamente com a fome.

No Amazonas, aparcela da população em situação de fome é elevada e exige posicionamento firme dos governos estadual e municipal. É fundamental a definição de ações que alcancem esse grupo de forma mais rápida e continua até que sejam assegurados programas de atenção aos mais vulneráveis. O Estado tem condições de agir para mobilizar iniciativas que garantam as principais alimentações e atenção à saúde desse segmento.

Os estudos mostram que são as pessoas negras e as mulheres as que mais sofrem com a falta de alimentos. No primeiro aspecto, os negros também aparecem como a população detentora da maior taxa de desemprego, da informalidade e vítima da violência; no segundo, as mulheres na maioria das regiões do País lideram a chefia das famílias. No Amazonas, não é diferente.

O ano eleitoral não pode ser usado como instrumento para minimizar o efeito da fome nas famílias amazonenses e brasileiras nem manipular os famintos em troca de voto ou ignorar a legislação visando o uso eleitoreiro da fome. Os programas oficiais que integram políticas públicas é que necessitam ser revitalizados e seus recursos empregados responsavelmente junto aos segmentos sociais que nesse momento sofrem com o desemprego e a fome.

Precisam ser considerados igualmente os efeitos da elevação contínua dos preços de serviços essenciais e dos alimentos que arrastam para a redução da comida e a fome famílias impedidas de pagar os valores cobrados.

Fonte: Editorial Acrítica

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