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Obras atraem projeto de R$ 800 mi

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05/07/2013

Embalado pelo forte ritmo do segmento de construção civil, o estado do Amazonas apresenta um consumo de um milhão de toneladas de cimento por ano, segundo dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento). De olho neste mercado, o Grupo Camargo Corrêa, por meio de sua holding para o mercado de cimento, InterCement, está finalizando estudo sobre o local onde deverá instalar uma fábrica para atender a essa demanda com investimento de R$ 800 milhões.

Segundo o diretor de planejamento estratégico da Intercement, Marco Antonio Zangari, análises para os próximos 10 anos demonstram a viabilidade do projeto. O primeiro passo foi a escolha de áreas com espaço para estrutura logística de escoamento da produção. Terrenos em Manaus, AM e Santarém, PA já foram adquiridos e a expectativa é que o licenciamento ambiental seja autorizado até o final do ano.

Na terça-feira a tarde, a InterCement apresentou em reunião no auditório do SENAI em Manaus, o plano de investimento que estará acompanhando de programas de responsabilidade social que já tiveram a qualidade atestada pela Fundação Dom Cabral, uma das escolas de negócios mais renomadas do Brasil. "Apresentamos nossos planos de investimentos que assim como em outras localidades, sempre estão acompanhados pelos programas de suporte a comunidade pois nosso compromisso é de longo prazo, isto é, viemos para ficar", contou Marco Antonio Zangari. O projeto se encontra hoje na fase de estruturação final, restanto apenas definir qual das duas localidades receberá a fábrica.

Manaus x Santarém


A empresa opera hoje 39 fábricas espalhadas pelo mundo, sendo que 16 estão localizadas no Brasil. Nesta primeira fase, o cimento que já está sendo comercializado na região com a marca Cauê, vem de uma unidade da própria empresa em Portugal. A importação nesse primeiro momento se justifica pois uma fábrica leva em média 3 anos para entrar em operação. Os desafios logísticos são superados com o transporte para Manaus e Santarém por meio de navegação marítima e fluvial.

Marco Zangari comenta que esse mercado crescente ao lado de incentivos para as indústrias no Amazonas são pontos fortes de Manaus para vencer a disputa com Santarém pela fábrica. No entanto comenta há muitas dificuldades logísticas que prejudicam a cidade na disputa com Santarém. "Vamos associar a análise de mercado, as origens dos insumos e as questões de transporte para determinar onde será implantada a fábrica" conta.

Uma das matérias primas utilizadas na produção de cimento é o calcário, que possui jazida no estado do Amazonas, próximo à divisa com o Pará. Porém, a distância para Santarém e Manaus equilibra as coisas. "Quanto a isso é praticamente indiferente, as distâncias são quase as mesmas e os outros insumos também virão de fora e entrarão pelo rio, chegando primeiro a Santarém" comenta.

A fábrica a ser instalada na região Norte terá capacidade de produção de 900 mil toneladas por ano. O cimento hoje é o maior negócio do grupo. Com uma receita de aproximadamente R$ 7 bilhões em 2012, representando 30% de todo faturamento do Grupo.

O diretor da empresa também aproveitou a oportunidade para comentar sobre a utilização de cimento contrabandeado em nossa cidade. "O mercado hoje é mais demandado do que ofertado, por isso há iniciativas de algumas pessoas de trazerem o cimento de fora e que podem não estar nas normas. Se de fato houver produto irregular também apoiamos que seja contido, em defesa do consumidor. Temos que competir nas mesmas regras", comentou.

Sobre a polêmica em torno da data de validade do cimento Cauê, o produto comercializado pela empresa em Manaus, que apresenta data de validade de 6 meses, enquanto a norma da ABNT indica que as datas de validade devem ser de três meses, Marco Antonio Zangari explica que a extensão do prazo de validade está prevista na própria norma "O prazo pode ser prorrogado por mais três meses, desde que mantido nas condições adequadas. Na Europa, por exemplo, esse prazo é de seis meses. O cimento Cauê tem garantia total de qualidade", explica.

Norte e Nordeste são mercados que mais crescem


Dados do SNIC identificam que as Regiões Norte e Nordeste são as regiões que mais crescem no país em consumo de cimento com 11% e 9,5% respectivamente. No entanto, em volume, a Região Nordeste ainda consome três vezes mais que os Estados do Norte. A principal razão para esse crescimento é o desenvolvimento de programas sociais do governo como o "Minha Casa, Minha Vida" que disponibilizam uma demanda muito grande de construções nessas regiões, assim como a demanda de auto-construção.

Marco Zangari lembra ainda que o desenvolvimento da população do Norte que vem conseguindo mais poder aquisitivo é algo a ser levado em conta pelo mercado. "Houve um aumento do crédito imobiliário, queda das taxas de juros e aumento real de renda inquestionável. Com isso a demanda por imóveis será sustentada no longo prazo. Países mais desenvolvidos já possuem sua infraestrutura e residências de melhor padrão. No Brasil ainda há um déficit de infraestrutura enorme e também de habitação, e aqui na região Norte ainda existem muitas oportunidades" explica.

Fonte: JCAM

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