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​O mundo colapsou!

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11/01/2021

*Por Farid Mendonça Júnior

Na verdade, não foi o mundo, foram as pessoas. Nós, humanos, colapsamos pois não conseguimos e não estamos conseguindo lidar com as nossas emoções, com nossos sentimentos, nossos egoísmos e nosso histórico ataque à natureza principalmente por meio do consumismo que o sistema capitalista nos incentiva.

As emoções e sentimentos estão cada vez mais à flor da pele. Difícil encontrar pessoas ao seu redor que não estejam sofrendo ou experimentando alguma situação de estresse, de esgotamento, de pressão por problemas das mais diversas situações.

Estamos amargurados, tristes, nervosos, desempregados (grande parte da população), com menos propensão a nos importar com o próximo. Falimos, chegamos no fundo do poço e ainda assim tentamos acreditar que vamos superar tudo isso trilhando o mesmo caminho que tomamos até aqui, praticando os mesmos valores e cultuando o capitalismo.

Nossas tecnologias no afã de aumentar nossa produtividade e nos conceder cada vez mais velocidade nos trouxeram para um estado de vida altamente complexo e estressante. Precisamos cada vez mais resolver as coisas "agora". Se não conseguimos isso, a ansiedade vem como se fosse um simples apertar de um botão, é praticamente instantâneo.

Precisamos cada vez mais aumentar nossas metas e alcançá-las, pois esta é a lógica do capitalismo. A gordura do ganho precisa ser cada vez maior, seja para distribuir dividendos para os acionistas, seja para se proteger de futuras e certas crises que virão.

O homem moderno acostumou-se a viver de crise em crise, a sofrer. Crises sociais, políticas, econômicas, culturais, familiares. Perdemos a noção do que é estar em paz, de bem consigo mesmo, de saborear uma meditação. De valorizar o subjetivismo ao invés do objetivismo. A sociedade virou uma pergunta de múltipla escolha, ou seja, a resposta tem que ser sempre objetiva.

No meio desta loucura toda, inventamos algo bem simbólico deste momento, a Black Friday, que seria um dia, uma sexta feira em que as pessoas iriam às compras pelos descontos, e não pela utilidade que os bens possam ter na nossa vida. Este dia, em pouco tempo, acabou virando um mês inteiro. Hoje já há lugares que praticamente são dois meses inteiros. Percebam que a delimitação do tempo não é capaz de dar conta do desespero do sistema capitalista que inventamos, pois o sistema se rebelou e ele manda na gente.

O capitalismo atiça no homem o que ele tem mais de inerente e egoísta, o individualismo. A ideia de acumular, de enriquecer e fazer isso com o menor custo possível, esgotando os recursos naturais, parece não ter freio.

A conta está chegando. Na verdade, já chegou. Milhões vão morrer ou já estão morrendo como efeito perverso desta superpopulação em conjunto com este sistema capitalista. Uma espécie de seleção natural, em que os mais fortes vão sobreviver ao enfrentar o atual vírus e as outras catástrofes que nos atingem.

O triste é saber que tão logo este texto seja publicado, defensores cegos do capitalismo e do extremismo vão criticar e dizer que o autor do texto é socialista, comunista, esquerdopata, dentre outras expressões ridículas e vazias, tal como estas pessoas.

O socialismo e o comunismo perderam, não funcionaram, não há dúvidas disso. Resta saber se o capitalismo está funcionando?

Estamos morrendo e espero que a humanidade não consiga responder esta pergunta somente no momento em que estiver aniquilada.

(*) Economista, advogado e administrador

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