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Novos negócios em indústria 4.0 na América do Sul estão indefinidos

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24/09/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

O setor industrial da América do Sul já entendeu que a inovação tecnológica e a adoção de novas estruturas organizacionais são essenciais para o crescimento, mas na hora de pensar em novos negócios que possam garantir força na concorrência, não há clareza sobre qual caminho a ser tomado, diz a Accenture.

Estudo da consultoria, que será apresentado hoje na feira Rio Oil & Gas, mostra, por outro lado, que as companhias estão cientes da necessidade de dar esse salto e que os investimentos já estão sendo preparados.

Ao Valor, Renato Improta, líder da Accenture no segmento chamado de "industry X.0" -- já prevendo que haverá novas revoluções além da indústria 4.0 -- para a América Latina, disse ter se surpreendido por quanto das receitas na região já se baseiam em produtos conectados e "inteligentes".

Ele revelou "otimismo moderado" para a participação do Brasil nesse processo. Em sua opinião, as turbulências pelas quais o continente passa "não são novidade, infelizmente", e não necessariamente colocam em xeque esse avanço.

A Accenture ouviu 141 executivos nos quatro principais países sulamericanos -- além do Brasil, a Argentina, o Chile e a Colômbia --, com destaque para bens de consumo e serviços, equipamentos industriais, indústria automotiva, química, de recursos naturais e de energia. Deles, 97% declararam ser importante ou extremamente importante transformar os negócios e buscar novas fontes de receita durante o triênio de 2018 a 2020. E 64% elegeram a adoção de novas tecnologias e a inovação como estratégias prioritárias.

O encolhimento da economia não foi uma exclusividade brasileira. Os quatro principais países da América do Sul assistiram a uma queda de 3,3% ao ano em seu Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 a 2017. A indústria perdeu significância nesse período, com taxa de recuo de 11,4%. Grande responsável por esse movimento negativo foi a desvalorização das commodities, que resultaram em diminuição das exportações.

O cenário adverso afastou investimentos, o que deixou o continente atrás de desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa, na inovação da indústria. "Mas em contatos com vários de nossos clientes, percebo que o orçamento de investimentos de 2018 já foi maior do que nos anos anteriores", revela Improta. "A tendência é que no triênio até 2020 isso continue acontecendo."

Para o especialista da Accenture, o enxugamento das companhias em sua estrutura de custos para lidar com a economia pior ajudou a promover um ambiente saudável financeiramente para que elas toquem esses projetos -- a depender do setor. Hoje, cerca de 48% das receitas por ano se originam em produtos e serviços conectados e "inteligentes". Três anos atrás, a proporção era de 40%, o que já demonstra crescimento, mas até 2020 a perspectiva é de que a fatia chegue a 62%.

Para ter maior eficiência operacional, 62% dos entrevistados aposta em computação móvel, 60% em inteligência artificial para aprendizado das máquinas e 58% em segurança cibernética.

A customização oferecida para o cliente também está entre as prioridades, até mesmo por exigência do consumidor, e a maioria, 60%, elegeu a realidade aumentada para tal.

Alguns executivos, por outro lado, também responderam que não têm amadurecimento e muito menos planos para os próximos anos. Outra parcela tem algum plano, apesar de não se enxergar pronta ainda. Somados os que ainda estão inseguros com a inovação, a proporção chega a mais da metade.

"Eles entendem bem a aplicação das tecnologias e sabem que o investimento é fundamental", ressalta Improta. "Mas têm que correr para aproveitar a janela de oportunidade com a nova onda de investimentos. Será fundamental para diminuir a diferença frente a outras regiões."

A turbulência sul-americana, com a desvalorização de moedas emergentes, a crise econômica na Argentina e as incertezas políticas no Brasil atrapalham, mas não impedem que se aproveite essa "janela", acrescenta o especialista. "Crises não são novas na América Latina. Acho que a falta de investimentos durou muito tempo, mas até por necessidade o crescimento vai ocorrer, de certa forma independentemente do cenário", acrescenta.

"E os executivos entendem que funcionando como empresa inovadora tecnológica, isso tem um impacto no valor de mercado. O investidor está disposto a pagar esse prêmio e há até certa pressão."

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