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Nova crise rodoviária afeta investimentos

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14/03/2017

A crise no sistema rodoviário nacional prejudica a construção de embarcações nos estaleiros amazonenses. Os atoleiros da BR-163 atrasam e quase inviabilizam o percurso das carretas no trajeto que liga o Mato Grosso ao Pará, o que transmite insegurança aos investidores de um consórcio composto por dez empresas do setor naval, que constroem balsas, em Manaus, para operar no prazo de cinco anos no escoamento de grãos por meio do Arco Norte (portos localizados nas regiões que compreendem os Estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e segue até o Maranhão). As empresas reduziram a meta de produção em 35%. O cronograma prevê conclusão de 91 balsas. Desde total, apenas 15 foram concluídas.

O presidente do Sindnaval-AM (Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas), Matheus Araújo, comenta que os empresários apostaram na ideia de investir no escoamento de grãos por meio fluvial. Porém, a dificuldade no trajeto das cargas até chegar ao Pará tem preocupado os empresários. Segundo o presidente, cada balsa tem capacidade para transportar entre 2 mil e 2,5 mil toneladas de soja.

"O grupo começou a construir balsas no último trimestre de 2015. No último ano o projeto continuou sendo desenvolvido, mas agora, em menor ritmo. Os empresários estão com o pé no freio por receio de não ter demanda para atender ao quantitativo expressivo de embarcações", informou. As embarcações têm dimensão de 50 metros de comprimento por 17 metros de largura e 3,5 metros de altura. O tempo de construção dura em média entre 90 e 120 dias. O custo varia entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões.

"O governo tem que tomar uma providência e asfaltar os 400 quilômetros de extensão onde acontece o gargalo da BR-163. Nossa economia também depende desse transporte. A rodovia encurta o percurso para a exportação. O empresário dono da soja vai buscar outra alternativa para o transporte e isso vai encarecer os os custos".

Segundo Araújo, a alternativa encontrada pelas transportadoras é o corredor utilizado para escoar a produção dos Estados de Mato Grosso e Goiás, feito por meio dos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP). Com o intuito de evitar a sobrecarga o Ministério dos Transportes desenvolveu pesquisas que indicassem uma mudança na logística da condução dos produtos. A melhoria apresentada pelo Ministério aponta a possibilidade de um desafogamento no escoamento dos grãos pela BR-163 a partir da cidade de Cuiabá (MT) com destino à Santarém (PA). Os produtos embarcam nas balsas em Miritituba e seguem à Barcarena, cidades localizadas no Pará, de onde seguem para o exterior por meio de navios.

Para o economista e consultor, Francisco Mourão Júnior, a falta da infraestrutura prejudica o setor graneleiro, consequentemente, o desenvolvimento da economia nacional. Ele explica que se o país ou um Estado tem o produto mas não tem possibilidades de escoamento, a geração de renda deixa de acontecer. No caso dos Atoleiros da BR-163, prejudicam a viabilidade econômica do Amazonas, que investe em novas embarcações para o escoamento de grãos. Ele ressalta que as construções geram emprego e renda no Estado.

"O governo precisa atentar para a necessidade logística do país. Não há como ter crescimento econômico sem infraestrutura. Não adianta ter o produto e não ter rodovias e portos adequados ao transporte. Os empresários amazonenses estão na expectativa de uma nova oportunidade de geração de renda, o que beneficiará o Estado e o país. É preciso analisar que uma carga parada é custo".

Fonte: JCAM

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