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'Nosso povo faz bem e melhor que os demais de outras regiões’, diz presidente do Cieam

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26/10/2015

Cidadão amazonense desde 2009, quando recebeu na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) o título de Cidadão do Amazonas, o economista paulista e presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Luiz Buzato Périco, fala um pouco nesta entrevista sobre sua paixão pela cidade de Manaus e sobre os desafios que o setor industrial local precisa vencer para se desenvolver.

Encantado pelos rios Tarumã e Negro e considerado o mais jovem líder da indústria amazonense, Périco, como é mais conhecido, não poupa elogios aos trabalhadores manauaras, considerados por ele como portadores de algo muito diferente e especial quando se fala em atividade industrial.

D24AM - Quando e por que o senhor veio para Manaus? Na época, sua intenção já era se estabelecer na cidade?
Wilson Périco - Eu trabalhava na Itautec há 11 anos. A empresa comprou a Philco, se tornando Itautec-Philco e fui convidado para implantar uma fábrica de computadores em Manaus. Já vinha a Manaus desde 1988, uma ou duas vezes ao ano e sempre gostei daqui. A princípio a ideia era de eu ficar por uns dois ou três anos e depois assumir uma unidade em São Paulo. Findou que ao final desse período, decidimos permanecer em Manaus e pedi demissão da empresa depois de 14 anos.

D24AM - Quais locais de Manaus o senhor mais gosta de visitar com sua família?
Wilson Périco - Gostamos muito de passear no Rio Tarumã e no Rio Negro, visitar o Encontro das Águas, comer no Peixe-Boi. Gostamos muito de alguns restaurantes da cidade: Banzeiro, Choupana, Alentejo, Suzuran.

D24AM - Quais são, em sua opinião, os principais atrativos da cidade de Manaus para quem vem de outros Estados para morar?
Wilson Périco - A receptividade do manauara, a natureza ao entorno, nosso rio, nossas matas além das questões culturais, o Centro, o Teatro Amazonas e os prédios históricos, a culinária. É aprender e curtir viver Manaus como ela é, para mim e minha família, linda e acolhedora.

D24AM - Em sua opinião, os trabalhadores de Manaus apresentam características diferenciadas dos demais trabalhadores do País? Quais?
Wilson Périco -
Para uma empresa multinacional ou mesmo nacional de um mesmo grupo econômico que fabrica o mesmo produto em Manaus e em outras unidades, com os mesmos equipamentos de manufatura, os resultados fabrís da unidade em Manaus é melhor. Eu não sei dizer o que é, mas nosso povo faz bem e melhor que os demais de outras regiões.

D24AM - Quais mudanças no setor industrial e na infraestrutura da cidade ocorreram, ao longo dos anos em que o senhor mora aqui, em sua opinião?
Wilson Périco - Quando cheguei a Manaus, muitas das pessoas das linhas de produção não tinham sequer o primário completo e nossa cidade tinha apenas cinco entidades de Ensino Superior. Hoje, todos os trabalhadores do Polo industrial têm o Ensino Médio, 32% têm ou estão cursando nível Superior e nossa cidade conta com 27 entidades de Ensino Superior.

Naquela época, o Amazonas Shopping era recém-inaugurado, era o único shopping da cidade, hoje, devemos ter uns dez que oferecem maiores opções de lazer para a população. Nossa população mais que dobrou nesse período também e, com isso, tivemos muitas mudanças por nos tornarmos uma cidade grande.

O trânsito está cada vez pior, segurança cada vez mais complicada. Me lembro de ir ao Canto da Peixada e meus filhos ainda pequenos dormiam dentro do carro, com os vidros abertos; hoje, você tranca tudo e não tem certeza de que encontrará tudo como deixou.

D24AM - Quais novas tecnologias estão sendo implantadas, atualmente, em Manaus? Há sondagem de implantação de novas indústrias, levando em consideração a diversidade dos recursos naturais, como o segmento de biotecnologia?
Wilson Périco -
Para atrairmos novas indústrias, precisamos de aprovação de novos Processos Produtivos Básicos (PPBs) e, infelizmente, isso não tem acontecido. Temos mais de 30 propostas de PPBs aguardando definição por parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e isso impede a atração de investimentos em produtos diferentes do que temos hoje. Isso não pode continuar e precisamos ter respeitados nossos direitos constitucionais.

D24AM - O setor industrial realiza algum trabalho de divulgação do potencial econômico da cidade de Manaus? Há investidores interessados nesse segmento?
Wilson Périco - O setor industrial é o que mais gera empregos em Manaus e gera empregos em outras regiões do País. Dados da Suframa apontam que a atividade gera 1 milhão de empregos em Manaus e em outros Estados. Por outro lado, precisamos divulgar mais, vender mais, nosso Estado e nossa cidade para atrairmos mais investimentos e isso é um trabalho de todos nós, principalmente do Poder Público que deve ser o maior interessado no desenvolvimento e crescimento socioeconômico de nossa cidade e de nosso Estado.

D24AM - A prorrogação da Zona Franca de Manaus foi positiva para a evolução do Polo Industrial de Manaus (PIM)?
Wilson Périco - Foi positiva, sem dúvida, mas não é a solução definitiva para nosso Estado. Precisamos manter as vantagens comparativas do que se faz hoje no PIM e atrair investimentos diferenciados para o modelo.

D24AM - O que é necessário para manter as vantagens comparativas do modelo?

Wilson Périco - Primeiro, respeito ao direito constitucional do modelo ZFM; segundo, empenho e dedicação de todos os agentes de nossa sociedade, entidades de classe laboral e patronal, classe política, sociedade em geral para que esse direito não seja desrespeitado.

Fonte: Portal D24am.com

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