18/11/2013
Mas, embora esteja vendendo um negócio que responde por metade de suas vendas, o preço da ação da Nokia dobrou desde o anúncio da decisão, em setembro. Os investidores podem estar mais otimistas, mas também têm muitas dúvidas sobre a futura direção da nova Nokia. Eis quatro delas:
O que vai acontecer com o novo núcleo da Nokia?
A Nokia ainda está considerando seu futuro modelo de negócios. Mas sua operação de equipamentos de telecomunicações, a Nokia Solutions and Networks (NSN), provavelmente ficará no coração do novo grupo. Prestes a ser inundada com o dinheiro da Microsoft, a Nokia enfrenta o escrutínio dos investidores quanto à decisão da NSN de comprar ou não um concorrente, em breve, para poder competir melhor com sua concorrente escandinava de maior porte, a Ericsson.
Rajeev Suri, diretor-presidente da NSN, disse ao "Financial Times" que não será pressionado a fazer qualquer "aquisição estúpida" ou transações que transformem a companhia no curto prazo. Mas acrescentou que vai considerar negócios de longo prazo diante a força do novo balanço da Nokia, com um caixa líquido de cerca de € 7,5 bilhões.
Uma grande atenção vem sendo dada a uma união com a Alcatel-Lucent, a empresa francesa de redes de comunicações, mas Suri não quis falar a respeito. A Nokia não tem mantido contatos com o grupo francês, segundo informou uma pessoa próxima ao grupo.
Quem será o executivo-chefe?
Suri é um forte candidato a substituir Elop como diretor-presidente (o cargo está sendo ocupado temporariamente por Risto Siilasmaa, presidente do conselho de administração da Nokia). Seu sucesso na recuperação da NSN, que durante muito tempo foi um problema para o grupo, faz dele o favorito de muitos analistas. Seu principal rival provavelmente será Timo Ihamuotila, atual diretor financeiro e presidente interino.
A escolha envolve mais do que apenas quem vai comandar a Nokia. Várias pessoas de dentro e de fora da companhia acreditam que ela será crucial para a decisão da estrutura futura do grupo finlandês. Se Suri for o escolhido, a NSN será o núcleo do novo grupo. Se for Ihamuotila, analistas esperam mais o formato de uma holding, com a NSN mantendo sua estrutura independente de governança.
Um diretor-presidente de fora também é uma possibilidade, mas parece menos provável depois de Elop, que veio da Microsoft.
O que vai acontecer com as duas outras divisões?
A questão não envolve apenas a NSN. Os investidores talvez estejam mais animados com o potencial do enorme portfólio de patentes da Nokia, que vai para uma divisão chamada de tecnologias avançadas. A unidade também abrigará as funções de pesquisa e desenvolvimento, que poderão permitir à Nokia voltar a fazer produtos de consumo no futuro. Samy Sarkamies, analista da empresa de serviços financeiros Nardea, atribui a ela um valor de € 6 bilhões - o mesmo da NSN.
A situação é diferente para a outra divisão, a de operações de mapas. Pessoas envolvidas no acordo com a Microsoft afirmam que o único motivo de ela não ter sido vendida para a companhia americana foi porque não se chegou a um acordo quanto ao preço. Sarkamies diz que a Nokia atribui à divisão um valor de pouco mais de € 3 bilhões, mas já indicou que a empresa poderá rever esse número para menos.
Quanto dinheiro os acionistas podem esperar receber?
Outra área que deixa os investidores animados é a estimativa da parcela desse dinheiro que a Nokia poderá retornar aos acionistas. Sarkamies diz acreditar que um valor máximo de € 4 bilhões poderá ser distribuído via dividendos especiais nos próximos anos.
Fonte: Valor Econômico