08/06/2016
Em mais um ano de crise econômica, o Polo de Duas Rodas vai dar apenas dez dias de férias coletivas aos seus 14 mil trabalhadores, segundo o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Sinmen). Representantes da indústria acreditam que o período é suficiente, com a possibilidade de retomada da produção no segundo semestre. Os demais segmentos não terão férias coletivas.
A realidade deste ano é bem diferente do que informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus (Sindmetal), em maio de 2015. Naquele período, as fábricas deram férias coletivas nos meses de junho e julho, segundo o Sindmetal.
O principal contingente de trabalhadores vai sair de férias no próximo dia 27, retornando ao posto de trabalho em 7 de julho, informou o presidente do Sinmen, Genior Pioresan. “Serão só dez dias de férias programadas, que tradicionalmente o Polo faz em junho ou julho, assim como em dezembro. O que houve a mais no ano passado foi por conta do problema econômico enfrentado pelo País. Em tese, a partir de julho as coisas devem se normalizar”, disse Pioresan.
Segundo o representante das empresas do Polo de Duas Rodas, as indústrias se ajustaram à realidade e enfrentam um momento de ‘certa estabilidade’, mas dentro do cenário macroeconômico, que é considerado muito ruim.
O setor possui 45 empresas, entre montadoras e fornecedoras. Nem todas, segundo Pioresan, darão as férias coletivas. Os dez dias serão principalmente das empresas Honda e Yamaha e seus fornecedores.
Os estoques das montadoras estão altos, devido à dificuldade em vender motocicletas, o que força as empresas a reduzirem a produção. “Já é prática anual dar essas férias coletivas de dez, 15 dias. Depende muito da situação, mas não é muito diferente dos outros anos. A mesma coisa ocorre no final do ano”, afirmou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo.
Os dez dias são o suficiente para o nível de produção atual do segmento, na avaliação de Azevedo. A expectativa é que o ritmo melhore no segundo semestre, que é tradicionalmente mais positivo para a indústria.
Os demais segmentos, como o eletroeletrônico, não devem dar férias aos seus trabalhadores, informou o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco. “A parada coletiva no meio do ano é comum mais para o Polo de Duas Rodas, mas o restante da indústria vai manter o nível de produção”, disse Périco. Somente no final de 2016 é que se espera uma parada de um mês para todo o Polo Industrial de Manaus (PIM).
No final de 2015, os trabalhadores da indústria amazonense tiveram férias coletivas de até 30 dias. A previsão inicial, naquele período, era de apenas 20 dias de férias, mas a diminuição da produção e o desemprego alongaram a parada das linhas de produção no Amazonas. Em anos anteriores, as férias coletivas eram de 10 a 15 dias, o que mostra a evolução da crise na indústria local.
Fonte: Portal D24am.com