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No Amazonas, sem infraestrutura, não haverá desenvolvimento

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18/01/2019

Gina Moraes de Almeida

Quando começou e quem concluiu a abertura e o asfaltamento da Estrada AM 10, Rodovia Torquato Tapajós, que liga Manaus a Itacoatiara? O Amazonas, com o m da II Guerra Mundial, recompunha-se de mais um esvaziamento do Ciclo da Borracha, na década de 50, quando os governadores Plínio Coelho (1955-1958) e Gilberto Mestrinho (1959 a 1962) deram largada e sequência ao projeto sonhado por Marquês de Pombal, em sua utopia de fazer de Itacoatiara, a Velha Serpa, a capital do Amazonas e celeiro exportador de uma agricultura e agroindústria arrojadas desde o século XVIII. O asfaltamento teve o apoio de Arthur Reis e foi concluído por Henoch Reis, já no Regime Militar, em clima de expansão da Zona Franca de Manaus. Pesquisando a história, cabe registrar que a primeira notícia que se tem da construção entre as duas Cidades é de 1890, proposta do engenheiro amazonense, Torquato Xavier Monteiro Tapajós, que recomendou a conexão por Estrada de Ferro. Naquele momento, dizem os anais da economia, a borracha respondia por 45% do PIB do Brasil.

Como pensar em um futuro para o Amazonas, com o desenvolvimento de novos potenciais econômicos, sem infraestrutura de transportes concomitantes com a alternativa fluvial de que dispomos? Ao analisar a situação das principais rodovias importantes do Estado, a BR 319 e a BR 174, precárias soluções federais: uma sem manutenção/recuperação há três décadas e a outra sem acostamento nem cuidados ordinários desde sempre, constata-se que o abandono também é a postura clássica dos últimos governos estatuais. Sem escoamento, não há produção nem progresso. Sem estradas ou transportes fluviais rápidos e econômicos, não há desenvolvimento capaz de alavancar a sonhada prosperidade de uma das regiões mais aquinhoadas de riquezas naturais de que se tem notícia. A partir do século XXI, o Amazonas bateu os recordes comparativos de riqueza com a virada dos séculos XIX ao XX. Torramos essa riqueza com obras de suspeitável prioridade como uma ponte que poderia ser feita a custo zero e um estádio sem times para jogar nem futebol para empolgar.

A buraqueira da AM 010, que liga Manaus e que conecta vocações extraordinárias de negócios entre Manaus, Rio Preto, Silves, Urucará e Itacoatiara, não comporta o uxo de veículos leves e pesados que circulam por ela e cuja manutenção é praticamente inexistente, o que colabora com inúmeros acidentes registrados e com muitas mortes, Mortes essas que poderiam ter sido evitadas se as gestões passadas tivessem respeito ao cidadão e ao discurso de interiorização do desenvolvimento. Como se espera levar o desenvolvimento ao Interior do Estado do Amazonas sem as obras de infraestrutura?

Nesses Municípios, marcados por oportunidades de agricultura, agronegócios, produtos florestais madeireiros e não madeireiros, minérios, como a silvinita, incluindo petróleo e gás, entra governo e sai governo, gastando no custeio da máquina pública perdulária o recurso que deveria ser investido no desenvolvimento regional. Em cinquenta anos de Zona Franca de Manaus, onde foram parar os recursos gerados pela Indústria? A cada ano, mais de um bilhão de reais é recolhido para interiorizar o desenvolvimento e o que sabemos é que o Amazonas, um dos Estados que ajuda a pagar as contas do Brasil, tem onze Municípios entre os cinquenta mais miseráveis do País. Quantos benefícios deixamos de distribuir e oportunizar aos jovens ávidos pelo mercado de trabalho e cooptados, em muitos casos, pela economia do tráfico? Temos escolhido mal nossos governantes ou sido vítimas de manobras eleitoreiras que iludem o eleitor com promessas enganosas? Onde foram parar os recursos para pequenas e médias empresas para produzir peixes, laticínios, laminados e móveis de madeira? Temos gás em Silves, petróleo em Nova Olinda, potássio em todo o Baixo Amazonas, riqueza e desemprego para todo os lados. Os incontáveis benefícios suprimidos e a vexaminosa a apologia da biodiversidade e constrangimento com omissão e irresponsabilidade dos gestores públicos…até quando?

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