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Não pretendemos ser pessimistas

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11/09/2018

Antonio Silva

Presidente da FIEAM

e-mail: presidencia@fieam.org.br

Não pretendemos ser pessimistas, muito pelo contrário, acalentamos dias melhores para o País e para o Amazonas, entretanto, não podemos calar frente aos últimos acontecimentos que desenham um cenário preocupante para a nossa economia e para a indústria em particular. Enfrentamos hoje no Brasil e na área da Zona Franca de Manaus um grave problema nas exportações.

O principal mercado dos nossos manufaturados é a América do Sul, onde se destaca a Argentina que se encontra mergulhada em uma crise que reduz de modo drástico as importações. Essa tendência de queda nas exportações do Brasil, além de resultar num fato negativo na balança comercial, influi de forma acentuada na geração de empregos, considerando que se calcula para cada um bilhão de dólares de manufaturados exportados a geração de cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos.

Mantido o cenário de hoje, acredita-se numa queda das commodities em aproximadamente 10% em 2019, isso sem levar em consideração a evolução da guerra comercial entre Estados Unidos e China, cujas consequências são imprevisíveis. Portanto, queda na exportação de manufaturados e de commodities traz uma perda dupla para o nosso país que, com menor receita de exportação, terá certamente menor poder de importação.

Isso também tem reflexo na geração de empregos, que por sua vez causa retração da demanda interna. Para piorar o cenário, a falta de investimentos na infraestrutura reduz a competitividade e a produtividade da indústria, tanto na área internacional como na nacional, fazendo com que a nossa economia padeça de falta de dinamismo e de projetos modernizadores da indústria nacional como um todo.

O nosso País é vulnerável por depender de commodities, pois em que pese à ampliação da quantidade produzida no agronegócio sofrerá com a consequente queda dos preços. Por outro lado, se o próximo governo eleito priorizar o investimento na infraestrutura e no desenvolvimento industrial, será possível aumentar a produtividade com técnicas modernas de administração fabril.

A indústria nacional e a local enfrentam uma crise muito grave, impactada ainda mais pela dependência da política econômica à política partidária, agravada pela falta de credibilidade do governo em final de mandato. Nós devemos ter um planejamento no futuro governo local que leve em consideração as nossas potencialidades produtivas, sem o que continuaremos patinando e dependendo única e exclusivamente de benefícios fiscais.

Torcemos para que os debates entre os candidatos, em nível local e nacional, sejam no sentido de apresentar medidas que aumentem a produtividade das empresas e estimulem o crescimento sustentado da economia, bem como atendam as demandas sociais da população.

A Zona Franca de Manaus continua sendo para a indústria e a economia local indispensável para gerar o progresso e desenvolvimento socioeconômico, sem o que voltaremos a ser um "porto de lenha" e predadores da floresta.

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