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Mulheres sofrem desvantagem no Polo Industrial de Manaus

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09/03/2015

A criação do Dia Internacional da Mulher teve origem na luta por melhorias nas condições de trabalho e salariais promovida por operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade de Nova Iorque. No ano de 1857, as trabalhadoras fizeram uma grande greve, ocupando a fábrica reivindicando melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas.

Hoje, mais de 158 anos depois, apesar de terem obtido relativas melhorias no âmbito trabalhista, operárias da indústria ainda não recebem o mesmo tratamento dispensado aos trabalhadores do sexo masculino, principalmente nos níveis mais elevados de hierarquia. Atualmente, de acordo dados do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM) as mulheres representam entre 45% e 50% da mão de obra do Polo Industrial de Manaus (PIM), que ultrapassa o número de 122 mil trabalhadores, segundo os Indicadores de Desempenho Industrial da Suframa.

Apesar de ocuparem praticamente a metade dos postos de trabalho da indústria local, a maior parte dessas trabalhadoras se concentra nos níveis operacionais –onde a diferença salarial deixa de ser um problema. "Em níveis salariais, homens e mulheres hoje estão equiparados. No entanto, o nível de chefia das mulheres ainda é muito baixo. Na faixa até R$ 2 mil os salários são equiparados, mas a partir dos cargos de supervisão os homens dominam. Acredito que as mulheres não chegam a 5% das diretorias e gerências no PIM", explicou o presidente do Sindmetal Valdemir Santana.

Setores

O sindicalista explica ainda que a participação feminina na indústria varia conforme o segmento analisado: no setor ele- troeletrônico, por exemplo, cerca de 60% dos empregados são do sexo feminino; já no setor metalúrgico a situação se inverte, com 70% de homens e apenas 30% de mulheres.

Demissões


Apesar das conquistas, as mulheres ainda sofrem um certo preconceito, por parte dos empregadores no momento de demitir. Em 2014, houve um aumento de 24% no índice de demissões de mulheres no PIM, em relação às demissões de 2013. Dos 27 mil trabalhadores que deixaram os postos de trabalho nas indústrias, 11,1 mil foram mulheres e 15,8 mil, homens. Com relação ao segmento masculino, o crescimento nas demissões foi de apenas 15,2 no mesmo período.

"A mulher é responsável pelo cuidado com os filhos, engravida e algumas ainda enfrentam problemas relacionados ao período menstrual. Há também a questão do excesso de peso. Todos esses fatores têm resultado na dispensa das mulheres de seus postos de trabalho", explicou a responsável pela secretaria da mulher do Sindmetal-AM, Marluce Ribeiro em entrevista ao Jornal do Commercio no último dia 13.

Ela explica ainda que nos últimos 5 anos o índice de desligamentos do segmento feminino tem crescido de forma expressiva com a média de acréscimo mínima de 1,5mil demitidos por ano.

Mulheres ultrapassam 64%


Já no setor comercial a participação feminina tem crescido nos últimos anos. É o que garante o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM) , Ralph Assayag. De acordo com os cálculos da entidade, hoje 64% dos trabalhadores do setor varejistas são mulheres. Além disso, ao contrário do que acontece na indústria, as mulheres já estão ocupando cada vez mais cargos no alto escalão no comércio local.

"Acredito que hoje a mulher é fundamental. Dentro da CDL, por exemplo, 70% dos funcionários são mulheres. Já nas minhas empresas esse número chega a 80%. As mulheres estão tomando conta de atribuições que antes eram dadas exclusivamente aos homens como gerenciamento, fiscalização. E tudo isso com muito mais dedicação. Acredito que em breve elas vão tomar os lugares dos homens com muito mais força.

Fonte: JCAM

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