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MPEs sustentaram geração de emprego formal

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21/12/2022

As micros e pequenas empresas sustentaram a geração de empregos com carteira assinada no Amazonas pelo nono mês consecutivo, em outubro. Mas, as contratações voltaram a perder ritmo. O saldo de 1.914 novas vagas foi puxado pelos serviços e comércio, e correspondeu a 55,27% dos postos de trabalho abertos no Estado (+3.463). As MGEs (médias e grandes empresas), por outro lado, aumentaram sua fatia para 43,17% (+1.585), sendo impactadas principalmente pela indústria. É o que revela o boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), a partir dos dados do ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Até maio, as MPEs vinham mantendo sua participação acima dos 70%, a despeito das condições macroeconômicas desfavoráveis, e ensaiaram um retorno a esse patamar, em setembro. A vantagem segue maior no acumulado do ano, com os empreendedores respondendo por 71,55% (+26.804) dos empregos gerados no Amazonas (+37.464). O confronto com igual período de 2021 (+26.120), entretanto, indicou um virtual empate. Embora minoritárias no bolo, as empresas de maior porte (+9.809) avançaram 18,05% na mesma comparação, enquanto a administração pública respondeu por apenas uma fração dos empregos no mês (52) e no ano (770).

Ainda assim, o Estado obteve o segundo melhor resultado proporcional do país. As MPEs amazonenses abriram 12,45 postos de trabalho, a cada mil gerados, um dado muito melhor do que as médias do Brasil (6,54 p/mil) e da região Norte (7,44 p/mil). O ranking foi liderado por Alagoas (14,67 p/mil), e encerrado pelo Amapá (-2,79 p/mil) –o único dado negativo da lista. Em dez meses (174,36 p/mil), o Amazonas se segurou na terceira colocação, ficando atrás apenas do Amapá (195,51 p/mil) e de Roraima (190,64 p/mil).

Serviços na frente

A queda nas estatísticas da Covid-19 e a flexibilização no distanciamento social seguem favorecendo os serviços, especialmente em eventos, transportes, turismo, comunicação e informação. Os três meses anteriores de deflação, e a atípica injeção de recursos federais na economia em ano eleitoral, também alavancaram os negócios, a despeito do peso dos juros e do endividamento das famílias. A atividade (+928) voltou a liderar a abertura de vagas das MPEs do Amazonas, mas o dado veio bem mais fraco do que o de setembro (2.183). As MGEs (349) criaram um número ainda menor de vagas.

O comércio (+470) veio novamente em um distante segundo lugar, mas o número foi melhor do que o do mês anterior. Em contraste, a indústria de transformação (+252) perdeu vigor na mesma comparação e cedeu o terceiro lugar à construção (+278). Em contraste, agropecuária (-3), serviços industriais de utilidade pública (-10) e indústria extrativa mineral (-1) pontuaram recuos. As empresas de maior porte só tombaram na construção (-153), na extrativa mineral (-4) e nas SIUP (-10), mas prevaleceram na indústria (+868) –em sintonia com o aquecimento do PIM para a demanda de fim de ano.

De janeiro a outubro, os serviços também continuaram sendo o motor das contratações das micros e pequenas empresas do Amazonas e com uma margem ainda maior, ao abrirem 12.909 postos de trabalho com celetistas. Foram seguidos por comércio (+6.593), indústria de transformação (+3.989), construção (+3.267), agropecuária (+51), atividade extrativa mineral (+11) e serviços de utilidade pública (-16). As médias e grandes companhias criaram empregos apenas nos serviços (+8.003), na indústria (+2.833), no setor primário (+151) e na extração mineral (+119).

“Diminuição considerável”

Em texto postado no site da Agência de Notícias Sebrae, o presidente do Sebrae nacional, Carlos Melles, diz que houve uma queda de 41% nos postos de trabalho criados no país, na comparação com a média mensal dos últimos cinco meses. Mas, segundo o dirigente, todos os números estão “em consonância” com a redução na taxa de desocupação disponibilizada pelo IBGE. “Atualmente, essa taxa está em 8,3%. Em janeiro deste ano, ela era de 11,2%. É uma diminuição considerável de quase 3 pontos percentuais, sendo os pequenos negócios os grandes responsáveis por essa redução. Isso mostra que eles são essenciais para a economia brasileira”, ressaltou.

Melles lembra que o Brasil já acumula 2,32 milhões de novos postos de trabalho, e que as micros e pequenas foram as “grandes geradoras de emprego”, sendo responsáveis por 1,66 milhão novas contratações, ou 71,6% do total. “O comparativo de 2021 com 2022 mostra cenários praticamente idênticos. Analisando apenas MPE e MGE, observa-se, em ambos períodos, as micros e pequenas empresas sendo responsáveis por aproximadamente 77% dos novos postos de trabalho gerados”, pontuou.

Juros e incertezas

A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, ressaltou à reportagem do Jornal do Commercio que fatores atípicos contribuem para as variações mensais na quantidade de empregos formais gerados e demissões nas MPEs. “O saldo acumulado de vagas no ano demonstra que quase 72% foram provenientes de pequenos negócios. Em outubro houve um pouco mais de empregos nas médias e grandes empresas. Mas, esses números não são constantes, pois dependem de expansão ou implantação de novas empresas. E os empregos continuam sendo sustentados por pequenos negócios, especialmente no interior do Estado”, frisou.

A executiva concorda, no entanto, que as empresas precisam de um ambiente macroeconômico mais favorável para a manutenção dos empregos existentes, o que não vem ocorrendo nos últimos meses. “Concorre contra a expansão de empregos a alta dos juros. Seja porque fica caro financiar projetos empreendedores, seja porque é mais atraente manter o recurso existente no banco do que investir em expansão do negócio. Além disso, as incertezas em torno de 2023 provocam inconscientemente uma desaceleração nos investimentos privados”, lamentou.

Políticas de estímulo

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o coordenador de Acesso a Crédito pelo Sebrae-AM, Evanildo Pantoja, reforçou que, para crescer e gerar mais empregos, as MPEs ainda necessitam de políticas de estímulo. A lista de prerrogativas, conforme o dirigente, começa por linhas de crédito específicas para os negócios em implantação, com taxas menores de juros. Ele sugere também políticas de recuperação de crédito e de flexibilização para regularização fiscal.

“Também seria recomendável uma redução de impostos para esse período, para que as empresas possam realizar contratações formais. Enfrentamos juros elevados, consumo retraído, inflação em alta, e muitas empresas ainda estão sem acesso a crédito. Esse cenário penaliza bastante os pequenos negócios, com queda no faturamento, aumento dos custos e redução ou até perda de lucro”, arrematou.

Fonte: JCAM

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