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MPEs salvam empregos

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11/02/2022

Depois de carregar as contratações com carteira assinada no Amazonas nos meses anteriores, os pequenos negócios responderam pela fatia minoritária das demissões, em dezembro, mês de saldo negativo de ocupações formais. Embora tenham desacelerado, as MPEs ficaram pouco acima da média nacional e encerraram 2021 respondendo por quase oito em cada dez empregos criados no Estado. A conclusão vem da análise mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) sobre os dados do ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O saldo mensal das micros e pequenas empresas do Amazonas interrompeu uma série de nove altas seguidas e ficou negativo em 699 postos de trabalho, em dezembro. Foi o pior desempenho de 2021, mas superou a marca do mesmo mês de 2020 (-944). As MPEs responderam por 22,20% das vagas extintas no mercado de trabalho local (-3.148) –contra 77,48% das companhias de maior porte (-2.439). Em sintonia com as estatísticas globais do Estado, as demissões foram puxadas pelos serviços. Embalada pelo Natal, a única atividade a contratar mais do que demitir foi o comércio.

Em um cenário de maior circulação de pessoas, mas encerrado com repique da pandemia e altas de inflação, juros e dólar, os cortes se multiplicaram. Pelo menos 22 unidades federativas amargaram performance negativa –só Piauí, Ceará, Sergipe, Rio de Janeiro e Alagoas conseguiram ir na direção contrária. Como resultado, as micros e pequenas empresas do Brasil eliminaram 4,78 postos de trabalho a cada mil já existentes. A relação de destruição de vagas foi maior na região Norte (5,93 a cada mil) e menor no Amazonas (4,55 a cada mil). Na comparação com novembro, quando a proporção ainda foi positiva (21,53 por mil), o Estado caiu da primeira para a 17ª posição

De janeiro a dezembro de 2021, o panorama foi outro. As pessoas jurídicas amazonenses de pequeno porte (+27.357) responderam por 77,85% dos postos de trabalho celetistas gerados no Amazonas (+35.141). No confronto dos acumulados do ano, 2021 apresentou resultado mais do que três vezes superior ao de 2020 (+8.109), e a média de 177,96 empregos por milhar fez o Estado se manter na terceira posição, em todo o Brasil. Na média nacional, os pequenos negócios (+2.122.217) responderam por uma parcela pouco menor (77,72%) do total dos postos de trabalho gerados (+2.730.597).

Comércio x serviços Em sintonia com as contratações e vendas de fim de ano, o comércio foi o único setor a criar empregos formais no Amazonas, em dezembro, nas MPEs (+150). Em contraste, a atividade de serviços, que até outubro foi o motor das contratações nos pequenos negócios, liderou a extinção de postos de trabalho no mês, empatando com a construção (ambas com -327). Indústria de transformação (-176), SIUP (serviços de utilidade pública), agropecuária (as duas com -9) e indústria extrativa mineral (-1) vieram na sequência. Em relação ao saldo total dos 12 meses de 2021, as contratações das micros e pequenas empresas amazonenses foram efetivamente impulsionadas pelos serviços (+12.596). O comércio (+8.040) se manteve na segunda posição, seguido pela indústria de transformação (+4.600). Construção (+1.932), indústria extrativa mineral (+94), agropecuária (+83) e serviços de utilidade pública (+12) ocuparam as demais colocações. Os serviços (-1.907) também resp o n d e r a m p e l a m a i o r parte dos cortes nas médias e grandes empresas, sendo s e g u i d o s à distância pela indústria de transformaç ã o ( - 5 3 8 ) , SIUP (-88), construção (-46) e agropecuária (-17). Comércio (+151) e indústria extrativa mineral (+6) foram os pontos fora da curva. No acumulado, as MGEs do Amazonas pontuaram saldos de +769, +4.374, +55, +1.080, +404, +910 e +113, na ordem. Em números globais, as médias e grandes empresas atuantes no Estado responderam por 77,48% (-2.439) dos cortes registrados em dezembro (-3.148). O desempenho foi melhor no acumulado (+7.705) que representou 21,92% dos empregos gerados no Amazonas (+35.141). Em termos de contratações, o desempenho das pessoas jurídicas amazonenses de maior porte no ano passado foi praticamente 23 vezes superior, em relação ao frágil registro de 2020 (+336). A administração pública, por outro lado, eliminou um posto de trabalho, em dezembro, e criou 29, ao longo de 2021.

Construção e restaurantes A despeito da desaceleração na reta final, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, comemorou o desempenho anual das MPEs brasileiras. “Isso significa dizer que a cada 40 postos de trabalho gerados no Brasil, em 2021, 31 foram criados pelas micros e pequenas empresas. Mesmo apresentando um saldo negativo em dezembro, o que geralmente ocorre nesse mês do ano, os pequenos negócios mostraram a importância que têm para a retomada econômica”, amenizou.

O Sebrae também realizou um levantamento das dez atividades que mais geraram empregos em 2021. Juntas, elas foram responsáveis por mais de 450 mil novas vagas. O segmento de construção de edifícios (+93.439) e de restaurantes (+57.511) e transporte rodoviário de carga (+49.565) lideraram o ranking. “O bom desempenho dos restaurantes mostra como foram importantes políticas públicas criadas para a preservar o setor e incentivar o emprego. No início da pandemia, eles foram forçados, em sua grande maioria, a fechar as portas e esses dados já demonstram um sinal de recuperação”, comemorou.

“Sinal de desaquecimento” A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, destacou à reportagem do Jornal do Commercio que o saldo negativo em dezembro aconteceu de uma forma geral no país, sendo difundido em quase todos os Estados, independentemente do porte. A executiva ressalta ainda que o saldo do Amazonas em 2021 não foi apenas mais de três vezes melhor do que o de 2020, como também confirma que o crescimento de empregos foi puxado pelos pequenos negócios pelo segundo ano consecutivo. Mas expressa ressalvas nas expectativas.

“A retração em dezembro representa um sinal de desaquecimento da economia, em função principalmente da variante ômicron, além da inflação e dos juros altos. Os próximos meses vão continuar sendo de oscilação, pois a situação mundial da Covid-19 ainda tem impacto direto na economia. Além disso, temos um ano com eleições federais e estaduais. Qualquer insegurança reflete na capacidade de investimento, principalmente dos pequenos negócios, que ainda são os principais empregadores no Brasil”, arrematou.

Fonte: JCAM

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