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Moto Honda investe R$ 32 milhões em Manaus em projetos

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28/10/2013

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) reviu suas projeções para 2013, com expectativa de redução de 4,7% na produção e queda de 6,6% nas vendas de varejo.

Apesar disso, a Moto Honda da Amazônia já realizou investimentos de que somam R$ 32 milhões em Manaus este ano, com a construção de um Centro de Desenvolvimento de Tecnologia e de um Centro Educacional de Trânsito.

Para o presidente da empresa,Issao Mizoguchi, é justamente nos momentos de dificuldade que se deve pensar no futuro e investir em diferenciais de mercado, e esta é a aposta da Honda para conquistar o mercado da América Latina e retomar, mesmo que à força, o crescimento da participação no continente.

Na entrevista, o executivo fala ainda sobre a possibilidade   da companhia entrar no mercado de motos elétricas e elogia a qualidade dos engenheiros do Amazonas.

A Abraciclo reviu suas projeções de produção e venda para este ano. Apesar disso, o que vemos é a Moto Honda da Amazônia investindo. Por quê ?

O investimento, seja em tecnologia ou em processo industrial, é necessário para garantir o futuro. De fato, este ano está um pouco pior que o ano passado e já projetamos que o ano que vem também não deve ser muito melhor. Normalmente nestas situações as pessoas preferem ficar quietinhas. Mas a gente tem certeza que o Brasil vai melhorar no futuro. Temos que estar preparados para quando chegar este futuro melhor, para podermos oferecer nossos produtos com uma tecnologia melhorada, mais segura e, se possível, até mais barata, se for o caso.

Que potenciais vocês pretendem aprimorar no Centro de Desenvolvimento de Tecnologia (CDT) recentemente inaugurado ?

Queremos que nosso produto seja mais competitivo, e isso não quer dizer só em tecnologia, mas em termos de competitividade internacional. Hoje, nós vendemos basicamente toda nossa produção aqui no Brasil e a nossa intenção é poder vender para países do mundo inteiro. Para tanto, temos que ser altamente competitivos, em termos de custo e de preço. Estamos brigando com produtos que vem da China, da Índia, principalmente em países da América do Sul, como Argentina, Chile, Peru, Colômbia. Nestes locais, existem muitas marcas de diversos países e, infelizmente, embora os clientes destes países queiram comprar nosso produto feito em Manaus, eles não podem pagar. Por isso, queremos desenvolver no CDT, com um grande esforço em pesquisa, tanto de produto como do processo. Queremos trabalhar muito forte nesta área para que possamos ser verdadeiramente competitivos para que nossa fábrica de Manaus possa competir com qualquer produto, em qualquer lugar do mundo.

Que tipo de inovação pode levar a isso ?

A tecnologia, na verdade, normalmente é aplicável em todos os modelos. Se consigo mudar um componente no motor, que vai torná-lo melhor, mais leve, alguma coisa assim, isso pode ser estendido a todos os modelos. Mas claro, existem alguns modelos que talvez possam ser mais adequados para exportar do que outros, como motocicletas de média e alta cilindradas. Uma CB 300, por exemplo, as novas CB 500. Estes modelos os países asiáticos não produzem, então poderíamos ser mais competitivos neste segmento.

E quanto a diversificação de produtos, existe algum planejamento em entrar em novos segmentos, como o de motos elétricas ?

Nós sempre estamos estudando esta possibilidade. Mas, neste momento, por conta da limitação da tecnologia da bateria, não há interesse. Como o armazenamento de carga é limitada, a moto elétrica fica inadequada para nossos clientes, pois não tem autonomia. Nosso cliente anda muito, de 100 a 400 quilômetros por dia. E, neste momento, nossa tecnologia de baterias não consegue ter autonomia para isso. Moto elétrica é apropriada para dentro de um condomínio, ou em uma cidade plana, onde não se anda muito. Mas não é nosso caso, nosso cliente anda em diversas condições.

Ainda assim, vocês não descartam a ideia ?

É uma limitação tecnológica do momento. Mas tenho certeza que depois de algum momento irão desenvolver uma bateria que consiga nos dar esta autonomia, ou até um motor que gaste menos. Neste caso, com certeza fabricaríamos.

Há estudo para desenvolver um motor de rabeta ?

Criamos este ano um centro de desenvolvimento de produtos de força, como cortadores de grama e vários equipamentos. Na planta de Manaus produzimos motor para diversos usos, de moedor de mandioca à bomba de água. Neste centro de pesquisas estamos com dois engenheiros que vieram do Japão e estão trabalhando especificamente para esta linha de produtos. Eles ainda estão avaliando o mercado nacional para entender a necessidade do brasileiro e, aí sim, decidir que produtos serão desenvolvidos. Mas teremos um avanço nesta área, sim.

Por falar em engenheiros ‘importados’, como está a oferta especializada deste tipo de profissional em Manaus ?

Tem muita gente que trabalhou comigo, fui gerente de engenharia em Manaus, e tenho até uma supervisora de engenharia que é formada aqui. Tenho certeza que as pessoas entram com base teórica suficiente para poder desenvolver uma carreira em uma empresa como a Honda. Lembrando que não é a escola que faz a pessoa, ela só te dá uma base, para que você possa estudar ainda mais na vida profissional. No meu ponto de vista, os engenheiros contratados aqui e que se esforçam para aprender cada vez mais, estão se dando bem, como supervisores e gerentes. Na vida você não pode nunca ficar satisfeito, é preciso estar sempre pensando em se aprimorar. Como empresa e como pessoa, se você quiser de destacar, tem que estudar e, neste quesito, creio que Manaus não perde para nenhum outro local.

Em relação à produtividade, como está a planta de Manaus, na comparação com a de outros países? Em quanto tempo é produzida uma motocicleta 125cc ?

Hoje, está saindo uma moto a cada 20 segundos. Mas a produtividade daqui é igual ou até melhor que as fábricas da Honda na Tailândia, Índia, Vietnã. Mas o ideal para medir a produtividade não é nem este tempo, e sim quantos profissionais são precisos para se fazer mil motos por dia e neste parâmetro Manaus está muito bem.

Há algum planejamento para aumentar a nacionalização das motos maiores ?
Esta linha 500 que foi lançada atende a todos os requisitos da Suframa quanto à nacionalização. Mas queremos nacionalizar o máximo possível. Na verdade, para nacionalizar precisamos saber qual o tamanho do mercado e isso é fundamental para pensar no investimento, não posso investir R$ 100 milhões para vender dez motos por ano. Mas, no caso das CBs 500, por exemplo, estamos vendo uma reação muito boa do mercado em vendas, e acreditamos que vamos alcançar nossa meta de 20 mil motos vendidas por ano, nos três modelos. Isso nos deixa animados para aumentar a nacionalização.

Fonte: Portal D24am.com

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