07/08/2014
Para a Moto Honda da Amazônia a situação em nada difere do resto do mercado, mas ainda assim, aposta na fábrica instalada na ZFM (Zona Franca de Manaus), a maior da montadora japonesa no mundo. Na mesma semana em que foi promulgada a emenda constitucional 83/2014 que prorroga a ZFM, a multinacional alcança a marca de 20 milhões de motos produzidas em Manaus e lançou na última quarta-feira (6) seu mais novo modelo, o primeiro de baixa cilindrada do segmento equipada com sistema de freios CBS (Combined Braking System).
Segundo o diretor-executivo de Relações Institucionais da Honda South America, Paulo Takeuchi, atingir a marca de 20 milhões em uma época em que a ZFM ganha mais 50 anos, representa uma renovação de forças para a empresa. “Mais projetos virão com estes anos que temos pela frente, teremos segurança para mais investimentos. Em 1976 chegamos ao primeiro milhão de motos produzidas ‘made in ZFM’, em 2007 foram 10 milhões e esperamos chegar aos 40 mi em 2020, é um desafio para nós mesmos,” disse Takeuchi.
Mesmo estando otimista com a prorrogação da ZFM, Takeuchi, admite que os tempos serão difíceis. “Ainda olhando o primeiro semestre, acredito que os próximos meses serão para tentar a recuperação do setor. A economia vai mal, mas acreditamos que seja por um curto prazo. Temos previsões de estabilidade para o fim do ano, com novos produtos e modelos”, conta.
Calote argentino
Outro ponto que justifica as quedas da Moto Honda e de todo o setor são creditadas ao ‘default’ (calote técnico) argentino. O país era o maior consumidor de vários produtos industrializados brasileiros e comprador do maior montante de motos produzidas na ZFM. No ano de 2013 o Brasil exportou 105,8 mil unidades, sendo 74% vendidas aos ‘hermanos’. A Honda apresentou queda de 19% em suas exportações, muito por conta do calote argentino.
“É um problema pontual. A falta dos argentinos no mercado é algo que impacta bastante, mas temos que operar com outros parceiros e recuperar o poder de vendas. Enquanto isso reforçamos o mercado interno que tem consumido bastante, mesmo com a dificuldade de acesso ao crédito”, relata Takeuchi.
Ameaça de greve
Falando em um universo mais local, o gerente de relações institucionais da Moto Honda da Amazônia, Mário Okubo lamenta o caminho que pode ser tomado pelos trabalhadores da Honda atendendo a ordens do Sindimetal-AM (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas). “Soubemos hoje de uma paralisação em uma concorrente (Yamaha) e esperamos que o trabalhador e o sindicato, tenham a sensibilidade e o bom senso de enxergar a realidade macroeconômica. Não podemos conceder um reajuste além da inflação. A atual realidade está muito ruim para o Polo de Duas Rodas, este reajuste poderia causar demissões no setor. A saída é negociar”, disse o gerente.
Ainda segundo Okubo, greves ou até mesmo paralisações como as previstas pelo Sindimetal são prejudiciais a toda cadeia produtiva. “Quem mais sofre com isso é o setor de componentes, que não tem ‘gordura’ para se sustentar sozinho. Só este ano duas de nossas fornecedoras de componentes fecharam. A greve causa um efeito dominó que pode atingir até as concessionárias,” conta Okubo.
Medidas
Redução de turnos, layoff (redução temporária dos horários ou mesmo na suspensão dos contratos de trabalho), férias coletivas e outras medidas que contenham o desemprego não estão nos planos da multinacional, mas não são descartadas. “Esperamos não ter que usar estes artifícios, a não ser que seja extremamente necessário. Já concedemos férias em junho, não demitimos e as projeções de crescimento podem tranquilizar a todos”, resume Okubo.
Novo modelo
A Honda CG 150 Titan CBS 2015 é a primeira motocicleta de baixa cilindrada no mundo equipada com sistema de freio CBS (Combined Braking System). O modelo que passa a ter a tecnologia nas versões ESD e EX. A introdução do sistema de freio CBS em uma motocicleta street de baixa cilindrada mostra um grande diferencial por possibilitar, mesmo para os condutores com pouca experiência e/ou vícios de pilotagem, uma condição mais equilibrada e eficiente na utilização dos freios. Isso porque o sistema pode reduzir em até 20% a distância percorrida por uma motocicleta na frenagem, em comparação com um modelo standard.
O modelo dispõe ainda de três anos de garantia e chega as concessionárias da marca japonesa a partir da segunda quinzena de agosto, nas cores preta (ESD), vermelha com a tampa lateral branca (ESD e EX) e tricolor (EX). Os preços públicos são R$ 7.680 para a versão ESD e R$ 8.180 para a EX. Os valores têm como base o Estado de São Paulo e não incluem despesas com frete e seguro.
A nova tecnologia da CG 150 precisou de três anos para ser implantada e teve altos custos que foram absorvidos pela própria montadora, que repassa ao consumidor final, apenas R$ 180, que podem ser vistos na diferença dos preços entre os anos de 2014/2015.
Fonte: JCAM