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Montadoras aguardam avanço da economia para evitar mais demissões

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09/07/2015

A indústria de motos vive um impasse. Com a produção em patamares de dez anos atrás, as montadoras se ancoram na perspectiva de alguma melhora do cenário econômico para evitar mais demissões. O excedente de mão de obra é, hoje, de três mil em Manaus (AM).

"Temos mantido o nível de emprego na esperança de uma mudança do cenário. Mas se o quadro persistir, as empresas terão que reavaliar a produção", afirmou nesta quarta-feira (8) o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian.

Segundo ele, atualmente as montadoras vêm diminuindo o ritmo diário de produção para adequar os estoques à baixa demanda, o que tem gerado excesso de pessoal. Somente nos últimos cinco anos, a indústria de motos da Zona Franca de Manaus teve um recuo de quase um quinto da sua força de trabalho.

"Devido às dificuldades para se encontrar mão de obra qualificada na região, as empresas fazem um esforço muito grande para não dispensar", pondera Fermanian.

O dirigente comentou que a medida provisória do programa de proteção ao emprego (PPE) é positiva, porém, só será efetiva em casos em que a situação de crise da empresa for passageira. "Do contrário, só irá protelar o problema", acrescenta Fermanian.

Durante o mês de julho, a maioria das montadoras instaladas em Manaus estará em regime de férias coletivas, que podem durar de 10 a 15 dias, o que já estava programado no calendário corporativo.

Com isso, a expectativa da Abraciclo é que os estoques sejam readequados à demanda. Segundo Fermanian, hoje o volume estocado gira em torno de 20 dias no atacado e 15 dias em trânsito (de Manaus até as concessionárias). "Podemos considerar que os estoques estão sob controle", pontua.

Fermanian salienta, porém, que é necessária uma recuperação das vendas para manter um nível aceitável de estoques. Isso depende, segundo ele, da melhora do cenário macroeconômico. "O nível de confiança dos consumidores precisa voltar a crescer para que se possa tomar a decisão de adquirir uma moto", explica.

Fermanian afirma que o segundo semestre é sazonalmente mais forte e, neste ano, há ainda a realização do Salão Duas Rodas, que costuma alavancar as vendas. "Torcemos para uma recuperação nos próximos meses", pondera.

No entanto, até o momento a situação se mostra bastante crítica. No primeiro semestre deste ano, a produção de motos recuou 9,5%, para 699,4 mil unidades, pior resultado desde o mesmo período de 2005.

"Se o ritmo de vendas no varejo persistir no patamar atual, em dois ou três meses as associadas terão que refazer suas projeções", acrescenta o presidente da Abraciclo.

De janeiro a junho, os emplacamentos de motos recuaram 10,6%, para 641,7 mil unidades, o pior desempenho desde 2006. "A maior parte das nossas vendas é dirigida para as classes C, D e E, que têm sido muito impactadas pelo clima de incertezas e pela alta da inflação", explica Fermanian.

As vendas de motos no primeiro semestre tiveram queda no segmento de baixa cilindrada (10,2%), média (16,9%) e alta (4,9%). Os emplacamentos só cresceram na categoria de scooters. De janeiro a junho, tiveram aumento de 15,8%, para 20,4 mil unidades.

As exportações também tiveram ligeira recuperação no mês passado. Segundo dados da Abraciclo, na passagem de maio para junho as vendas ao exterior tiveram crescimento de 49,9% na comparação anual, para 5,47 mil unidades.

"Essa recuperação se deve basicamente ao desempenho da indústria com seu maior mercado consumidor, a Argentina", explica Fermanian.

O dirigente destaca, contudo, que o crescimento ainda não é suficiente para reverter a queda no acumulado do ano. No primeiro semestre, as exportações recuaram 59,8% em relação a igual período de 2014, para 18,2 mil unidades.

Bicicletas


A boa notícia no segmento duas rodas ficou mesmo para bicicletas, cuja produção apresentou alta de 4,3% de janeiro a maio (estimativa mais atualizada da Abraciclo), para 316,2 mil unidades.

Com cinco fabricantes na Zona Franca de Manaus, a Abraciclo afirma que a região já se tornou o segundo maior polo industrial de bicicletas do mundo, perdendo apenas para o sudeste asiático.

Segundo a entidade, o setor já prepara um estoque acima de 80 mil unidades para atender ao aumento esperado da demanda no segundo semestre, com datas tradicionais como Dia das Crianças e Natal.

Fonte: DCI

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