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Mobilidade urbana: uma questão de competitividade

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23/09/2019

Augusto Barreto Rocha*

A mobilidade urbana vem sendo debatida como um dos fatores mais importantes para as cidades. Quando ela funciona apropriadamente a vida das pessoas é muito melhor e mais produtiva, pois se perde pouco tempo e dinheiro na movimentação diária. A utopia a ser perseguida é: movimentos rápidos, econômicos e saudáveis. Em outra palavra: competitivo

Dez minutos como tempo máximo para esperar um transporte coletivo e 30 minutos para chegar a qualquer ponto da cidade. Desenvolver esta solução é um grande desafio de engenharia. Ele aumenta sobretudo porque depende da capacidade do gestor unir um conjunto expressivo e diferente de especialistas, onde uma lista não completa incluirá: arquitetos, urbanistas, engenheiros civis, engenheiros de transporte, economistas, contadores, advogados, estatísticos, profissionais da ciência da Dez minutos como tempo máximo para esperar um transporte coletivo e 30 minutos para chegar a qualquer ponto da cidade. Desenvolver esta solução é um grande desafio de engenharia. Ele aumenta sobretudo porque depende da capacidade do gestor unir um conjunto expressivo e diferente de especialistas, onde uma lista não completa incluirá: arquitetos, urbanistas, engenheiros civis, engenheiros de transporte, economistas, contadores, advogados, estatísticos, profissionais da ciência da computação, engenheiros de computação, engenheiros eletricistas, médicos, antropólogos e geógrafos. Cada um destes profissionais com o apoio de ativistas políticos e da sociedade civil ajudará em algo na solução.

Autoritarismo

É impossível que uma pessoa conjugue todas estas habilidades. Como vivemos em um momento de país onde há uma tendência para as (pseudo-) soluções autoritárias, fáceis e rápidas, nossas cidades não estão conseguindo equacionar este problema. Manaus, por exemplo, está na UTI. O sistema de ônibus sob intervenção, com um Plano de Mobilidade superficial e que não vem sendo seguido, com um trânsito caótico, falta de calçadas, poucas mudanças nas soluções técnicas de transporte e um enorme tempo perdido pelas pessoas. Sequer nos percebemos como uma cidade industrial, onde o transporte de cargas deveria ser privilegiado.

É impossível que uma pessoa conjugue todas estas habilidades. Como vivemos em um momento de país onde há uma tendência para as (pseudo-) soluções autoritárias, fáceis e rápidas, nossas cidades não estão conseguindo equacionar este problema. Manaus, por exemplo, está na UTI. O sistema de ônibus sob intervenção, com um Plano de Mobilidade superficial e que não vem sendo seguido, com um trânsito caótico, falta de calçadas, poucas mudanças nas soluções técnicas de transporte e um enorme tempo perdido pelas pessoas. Sequer nos percebemos como uma cidade industrial, onde o transporte de cargas deveria ser privilegiado.

Em meio ao caos é um bom momento para soluções. Foi criado recentemente o IMMU – Instituto Municipal de Mobilidade Urbana, com uma gestão técnica. Em outra frente, o Movimento Pedala Manaus organizará a partir do dia 17/09, até domingo, a Semana da Mobilidade Urbana, com um debate sobre os rumos da mobilidade urbana em Manaus. Terei o privilégio de moderar este debate. Anseio pelo instante no qual a nossa cidade comece a fazer uma estrutura para pessoas. É necessário humanizar o movimento. É necessário trazer o belo para a mobilidade de Manaus. Hoje a cidade trata seus habitantes de uma forma horrorosa e desumana e neste caos teremos muitas oportunidades para apontar saídas.

Marcha da incompetência

Em meio ao combate dos buracos do Distrito Industrial, as piores técnicas de gestão de tráfego e de obras de reformas de vias estão sendo usadas. Nosso Distrito Industrial e a Bola da Suframa estão tomados por reduções de espaço para veículos e além das crateras, temos que nos deparar com intervenções descuidadas e lentas. Há registro de empresas onde as rotas de ônibus fretados não conseguem mais chegar no horário de trabalho. É inegável a falta de cuidado como a movimentação é tratada na cidade. A alegria pela operação de reparo do Distrito Industrial foi tomada pelo ódio na forma como as obras estão sendo conduzidas.

Precisamos de uma saída

Fica a torcida para que a Semana da Mobilidade Urbana comece uma aproximação entre os atores da cidade. É necessário um reconhecimento que mobilidade urbana não se faz com a visão de uma pessoa, mas com um intenso diálogo da sociedade, liderado por competência técnica. Tive a oportunidade de mediar um diálogo entre o Engenheiro Manoel Paiva (Presidente do IMMU) na última semana e tive uma grande alegria: há alguém técnico que compartilha esta visão.

Precisamos agora aproximar o órgão de Mobilidade Urbana da sociedade civil, para começarmos a fazer as mudanças que Manaus anseia. Se isso não se der em meio ao caos, teremos que aprofundar o caos, pois dele emergirá a ordem. Acredito que não precisa e não pode piorar mais. Já chegou a hora de começar a melhorar nossa competitividade e qualidade da vida vivida. Entretanto, precisaremos merecer e começar a ouvir outros, sem pensar que somos donos da verdade. Tomara que de terça-feira em diante tenhamos esta capacidade. A cidade precisa urgentemente disso.

*Augusto Barreto Rocha é doutor em Engenharia de Transportes (COPPE/UFRJ), professor da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), diretor adjunto da FIEAM, Coordenador da Comissão de Logística do CIEAM.

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