12/05/2023
As condições naturais excepcionais do Brasil e suas vantagens comparativas, que permitem uma indústria de baixa emissão, retenção de carbono, produção de biocombustíveis e geração de empregos e renda, dão ao país o potencial para assumir o protagonismo na disputa pela liderança em uma economia de baixo carbono. A tarefa, no entanto, demanda investimentos em eficiência energética, novas tecnologias, modificações estruturais em setores econômicos, como na indústria, e sinergia entre os esforços públicos e privados.
Para isso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estabeleceu, dentro do Plano de Retomada da Indústria, a missão descarbonização, que examina e sugere ações voltadas, por exemplo, ao desenvolvimento de energias limpas por meio do programa de transição energética. O programa visa aproveitar as vantagens comparativas do Brasil em relação à energia renovável, estimulando o uso de fontes de energia limpa na indústria e criando oportunidades de negócios em mercados internacionais que buscam reduzir a pegada de carbono.
Já existem iniciativas brasileiras em eficiência energética, como o Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel) – instituído pelo governo federal há 35 anos. Os recursos do Plano de Aplicação de Recursos (PAR-Procel) viabilizaram programas como o “Aliança”, o “Brasil Mais Produtivo” e o “Aliança 2.0” – iniciativa da CNI e da Eletrobras.
Na segunda versão do Programa Aliança, 24 plantas industriais que fazem uso intensivo de energia em seus processos de produção deverão receber apoio para que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A previsão é que, a partir da iniciativa, sejam reduzidas 40 mil toneladas, e os custos operacionais caiam em R$ 90 milhões ao ano.
É a partir da experiência positiva desses programas que a CNI estabelece também como providências:
a implementação de um programa de eficiência energética de longo prazo, desvinculado de ações reativas que ocorrem em resposta às crises energéticas e hídricas. A ideia é que a medida contemple objetivos, metas, estrutura de governança e parâmetros para monitoramento;
o desenvolvimento de um ambiente institucional legal, robusto e transparente, com a participação do setor produtivo;
o fomento da cadeia de valor do hidrogênio sustentável;
e a regulamentação dos parques de energia eólica offshore.
Fonte: Exame