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Mesmo com dezembro ruim, ano fecha com alta de empregos no Amazonas

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01/02/2022

Marco Dassori

O saldo de empregos com carteira assinada no Amazonas afundou, na passagem de novembro para dezembro, quebrando uma série de nove altas seguidas. O Estado eliminou 3.148 postos de trabalho celetistas, gerando queda de 1,08% na variação mensal, dada a predominância dos desligamentos (-16.567) sobre as admissões (+13.419). Foi o pior resultado desde maio de 2020 (-1,27% e -4.976) e correspondeu a mais do que o dobro dos cortes registrados em dezembro daquele ano (-0,37% e -1.549). O decréscimo foi puxado por Manaus (-0,69% e -2.830) e especialmente o setor de serviços.

O desempenho proporcional do Amazonas ficou aquém das médias nacional (-0,64%) e da região Norte (-0,68%). Apesar da troca de sinal para uma performance negativa, o Estado conseguiu se manter no azul no saldo do acumulado dos 12 meses do ano (+8,52% e +35.141), na série com ajuste. O estoque – que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – registrado no mês passado foi de 447.386 ocupações formais. Os números estão na mais recente edição do “Novo Caged”, divulgada pelo Ministério da Economia, nesta segunda (31).

O Brasil apresentou saldo negativo de 265.811 empregos celetistas, em dezembro, com as contratações (+1.437.910) perdendo para as demissões (-1.703.721). O número veio igualmente na direção contrária do resultado de novembro (+324.112). A queda foi puxada por serviços (-104.670) e indústria (-92.047) e veio em tamanho maior do que o esperado pelo mercado financeiro (-162 mil). Ainda assim, diferente do Amazonas, o dado foi melhor do que o de dezembro de 2020 (-157.474). No acumulado dos 12 meses de 2021, foram criadas 2.730.597 vagas (+7,08%), levando o estoque a contabilizar 41.289.692 vínculos empregatícios. Foi a melhor performance desde 2010.

As cinco regiões apresentaram saldo positivo de contratações ao longo de 2021, sendo puxadas proporcionalmente pelo Norte (+8,62% e +154.667). Na sequência vieram o Centro-Oeste (+8,07% e +263.304), o Nordeste (+7,58% e +474.578 postos), o Sudeste (+1.349.692 e +6,8%) e o Sul (+6,61% e +480.771). O oposto se deu na variação mensal. A região que perdeu mais vagas foi a Sudeste (-0,64% e -136.120), mas o Norte amargou o maior decréscimo (-0,68% e -13.375 vagas). A queda no Sul ficou em 78.882 vagas (-1,01%), enquanto Centro-Oeste e Nordeste apresentaram saldos negativos de 21.476 (-0,61%) e 15.823 (-0,23%) empregos, respectivamente.

Serviços puxam demissões

Apenas um dos cinco setores econômicos listados no Amazonas pelo “Novo Caged” conseguiu saldo positivos, entre novembro de dezembro – contra quatro, no mês anterior. No mês do Natal e da festa de Reveillon, o comércio – que reúne também a atividade de “reparação de veículos” – registrou alta de 0,33% e abriu 346 novos postos de trabalho, em compasso bem mais lento do que o de novembro (+2,41% e +2.489). O varejo (+0,25% e +201) concentrou o maior número absoluto e o subsetor de veículos (+1,20% e +92) teve a maior variação relativa, enquanto o atacado (+0,30% e +53) ficou em último lugar.

Depois de perder a liderança da geração de empregos celetistas, no mês anterior, o setor de serviços puxou o enxugamento de empregos formais, em dezembro. No total, 2.326 celetistas foram eliminadas, na comparação com novembro, gerando decréscimo de 1,15%. Em novembro, o setor havia criado 1.256 (+0,63%). O destaque positivo veio de alojamento e alimentação (+2,36% e +419) e o negativo, mais uma vez dos serviços domésticos (-1,40% e -2).

Com extinção de 746 postos de trabalho formais, e trajetória oposta à de novembro (+0,57% e +1.097), a indústria em geral ficou na segunda posição, ao recuar 0,65% em relação ao estoque do mês anterior. Com extinção de 746 postos de trabalho formais, e trajetória oposta à de novembro (+0,57% e +1.097), a indústria em geral ficou na segunda posição, ao recuar 0,65% em relação ao estoque do mês anterior. O impulso na eliminação de vagas veio da indústria de transformação (-0,61% e -645), que também reduziu o passo no confronto com o dado do mês precedente (+0,99% e +1.037). Foi seguida de longe pelo segmento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-2,25% e -112). Em contrapartida, a divisão de eletricidade e gás (+0,17% e +5) e a indústria extrativa (+0,32% e +6) avançaram.

O setor de construção (-1,65% e -389) voltou a enxugar empregos com carteira assinada – e em maior grau do que em novembro (-0,36% e -86). A performance da atividade voltou a ser depreciada principalmente pelas obras de infraestrutura (-4,57% e -161), seguidas pelos serviços especializados para construção (-1,15% e -151) e construção de edifícios (-1,11% e -77). Já a agropecuária trocou o sinal, ao extinguir 33 vagas (+1,64%), principalmente na produção de lavouras temporárias (-1,18% e -15) e pecuária (-0,74% e -14).

No acumulado do ano, o setor de serviços (+13.343) foi o que mais abriu novos postos de trabalho no Amazonas, ao crescer 7,17% sobre o estoque anterior. Na sequência estão o comércio (+9,49% e +9.233) e a indústria (+8,50% e +8.972). Embora tenha ficado em último lugar do ranking, a agropecuária (+521) foi a que mais cresceu nesse tipo de comparação (+16,09%). Foi seguida de perto pela construção (+15,26%), que gerou 3.072 novos empregos, de janeiro a dezembro do ano passado.

Sazonalidade e pandemia

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, avalia que a variação negativa de empregos no setor assinalada pelo Novo Cage é reflexo do momento de instabilidades que o país e a economia como um todo passam. Ainda assim, e a despeito dos obstáculos sinalizados para 2022, o dirigente considerou que o saldo do acumulado é uma boa notícia para o PIM.

“É importante considerarmos o saldo positivo do ano. Essa variação de novembro para dezembro faz parte da sazonalidade anual, contudo, foi potencializada em decorrência dos problemas que a indústria enfrenta. O ano de 2022 ainda deve ser marcado por muitas oscilações, em especial por se tratar de um ano eleitoral, além dos problemas decorrentes da pandemia de covid”, ponderou.

No entendimento do presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, os números do Novo Caged “falam por si mesmos”, ao apontar meses com vendas positivas puxando mais contratações, e outros nem tanto. O dirigente avalia que, em janeiro, os empregos devem “um pouco” por motivos sazonais. Mas, ressalta que os aumentos de casos de covid-19 e influenza devem gerar impacto negativo nos empregos, para os próximos meses.

“O quanto antes sairmos dessa situação de pandemia, vamos conseguir somar. As empresas precisam desses empregos, pois não temos casos de lojas fechando. Algumas estão com capacidade de contratações e, assim que voltarmos à vida normal, elas vão voltar com força maior. As expectativas para este ano são boas. Entendemos que existe inflação e outros agravantes, mas a tendência é que os postos de trabalho voltem aos patamares anteriores a 2020. Creio que antes do meio do ano estaremos com os empregos recompostos no Amazonas”, finalizou.

Fonte: JCAM

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