17/06/2015
Os carregamentos das carretas paradas chegam a 22.460 toneladas. Em entrevista ao G1, o diretor executivo do Cieam, Ronaldo Mota, contou que os prejuízos da greve têm chegado às empresas.
"Por enquanto, a indústria não contabilizou prejuízos diretos com relação às vendas. A continuidade delas com certeza vai ser um problema - já que boa parte dessas carretas traz matéria-prima para a indústria, que alimenta o país inteiro", disse.
Embora a quantidade alarmante de mercadorias retidas ainda não cause sintomas no preço final de produtos que chegam às prateleiras, Mota ressaltou que a situação pode ser agravada caso a greve dos servidores se prolongue por mais tempo.
"Já existe, de certa forma, um prejuízo financeiro para as empresas que estão importando esses materiais, porque a fatura para o pagamento vai chegar normalmente, e o empresário vai ter que pagar sem estar com as encomendas em mãos", disse ele, destacando que existe ainda a parcela do valor pago destinada à arrecadação do Estado.
Na tentativa de amenizar a situação instável da indústria amazonense, a 3ª Vara Federal determinou que um grupo de servidores da Secretaria de Fazenda do Amazonas (Sefaz-AM) assuma atribuições da Suframa. De acordo com a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom), os servidores devem atuar em atividades de fiscalização, concessão de licenças de importação, desembaraço de mercadorias e análise de projetos de empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), comprometidas com a greve.
"A Sefaz já faz isso para o estado, e pode fazer para a Suframa também. Ainda assim, é necessário entender que a aplicação da medida não é imediata. Espera-se que, hoje ou amanhã, já exista uma determinação sobre a liberação das mercadorias nacionais", comentou Mota.
A greve
A categoria anunciou a greve como protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff em relação à medida provisória 660, que determina a reestruturação do plano de cargos e carreiras. A mobilização acontece em todos os cinco estados e 14 unidades em que a Suframa atua. A paralisação conta com aproximadamente 95% de adesão.
Mais de duas semanas após o início da paralisação, a categoria permanece sem respostas do Governo Federal. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson Belchior, houve uma reunião com o Ministério do Planejamento no dia 26 de maio.
"Não recebemos uma resposta definida - seja ela positiva ou negativa. Esperamos agora pelo dia 11 de maio, quando irá acontecer audiência no Congresso Nacional para discutir o veto", disse.
Fonte: G1.com