24/07/2014
A empresa 100% brasileira Motocar se lançou no mercado por volta de 2011 com o conceito de veículo barato capaz de transportar muita carga. Os triciclos são homologados e custam entre R$ 10.900 até R$ 14.900.
"Por ser tão versátil, nosso produto atinge diversos tipos de negócios", afirma o diretor de relações institucionais da Motocar, Fábio Di Gregório. Segundo o executivo, os triciclos atendem desde microempresários que trabalham no ramo de entrega de galões de água, por exemplo, até grandes distribuidoras, como o Grupo Simões.
Hoje, a Motocar possui 17 concessionárias no País e a meta é chegar a 25 unidades até o final do ano. A fábrica da marca está localizada em Manaus (AM), com capacidade instalada de 900 unidades por mês. "Vamos vender pelo menos 1,5 mil triciclos neste ano", aposta Di Gregório.
A Motocar é baseada em um modelo bem-sucedido nos países andinos, principalmente o Peru, onde este mercado vende cerca de 40 mil triciclos do gênero por ano. "Estamos criando um nicho no Brasil", acredita Di Gregório. A expectativa da marca é atingir 30 cidades até o final de 2014. "Estamos no começo da nossa curva de crescimento. Daqui a uns três anos, este mercado estará bastante maturado", diz.
Lazer e diversão
Outro nicho de negócio, o de quadriciclos, também tem se mantido alheio à desaceleração da indústria automotiva. Com modelos que custam a partir de R$ 10.990 até R$ 115 mil, a norte-americana Polaris quer aumentar o número de concessionárias no País das atuais 20 para 25 até o final deste ano.
"Este mercado está se desenvolvendo muito rapidamente no País. Como grande parte da nossa atuação é no segmento premium, nossos resultados estão indo na contramão do setor", afirma o diretor geral da Polaris na América do Sul, Rodrigo Lourenço.
No ano passado, a marca comercializou 600 unidades no País e a expectativa é atingir mil unidades neste ano. "Nossa base de clientes está no mercado offroad e este consumidor está se sofisticando", diz Lourenço. A Polaris atua em dois segmentos de produtos, o de ATV (que pode ser descrito como uma moto sobre quatro rodas) e o de UTV (veículos maiores, com volante e que transportam até quatro pessoas). Os quadriciclos da marca têm de 50 a mil cilindradas.
"Alguns dos nossos modelos nem possuem concorrentes diretos no mercado brasileiro", garante Lourenço. ATVs e UTVs são amplamente usados para o lazer (por não serem emplacados, não podem rodar em vias públicas), mas Lourenço garante que grandes indústrias e fazendas utilizam estes veículos para um transporte de pessoas mais ágil. "Temos diversos públicos, com interesses distintos", afirma.
Cenário desafiador
Apesar de afirmar que a Polaris está atenta ao momento vivido pelo setor automotivo no Brasil, Lourenço está otimista. "Mantemos nossos planos de médio e longo prazo no País. O Brasil possui um lugar de destaque perante a matriz", pondera. O mercado norte-americano ainda responde por 70% da receita da marca.
Lourenço ressalta que o consumidor da Polaris geralmente não tem problemas de crédito. "Sofremos menos com essa questão porque nossos clientes conseguem linhas de financiamento mais facilmente", diz. O alcance da Polaris é maior no Sul e Sudeste do País. "Mas o Nordeste tem muito potencial de crescimento. Queremos ampliar nossas vendas na região", destaca.
Fonte: DCI