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Menos empregos temporários à vista

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19/09/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

A greve geral dos caminhoneiros, ocorrida em maio, ainda é apontada como a grande vilã da fraca movimentação na economia do país. É o que retrata uma pesquisa, nada animadora, divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), que projeta queda no volume de vendas e perdas na abertura de vagas temporárias em uma das datas mais importantes do varejo, o Natal.

Para o economista chefe da divisão econômica da CNC, Fábio Bentes, a expectativa é menor no número de contratação em relação ao ano passado, porque deriva de um cenário menos favorável, além do impacto da greve dos caminhoneiros, aspectos como: a recessão econômica, o aumento do dólar e um ano de eleições, devem afetar diretamente o desempenho de oportunidades para o setor.

Em comparação ao mesmo período de 2017 que houve 73.9 mil vagas temporárias, esse ano estima-se uma retração de 1,7% que representa 72,7 mil postos criados. "Os números de contratações de temporários depois do Natal neste ano será em torno de 19,8%, inferior ao ano passado com 23,1%", avaliou.

Ele explicou que quando as vendas do comércio crescem menos que 3%, o número de contratações retraem, são menores. Ele lembra que o desempenho das vendas ano passado giraram em torno de 3,9%, este ano, a previsão é de 2,3%.

Outro ponto analisado pelo economista foi o número de contratados pré-greve que chegou a 100 mil, com um percentual de efetivados bem maior e com o valor do dólar mais baixo " Em 2018 essa taxa de efetivação será menor. A economia brasileira do país está lenta, com dólar mais alto, a mão de obra acaba evoluindo de forma mais cautelosa, demora para engrenar com as altas tarifas", disse.

Nessa insegurança toda o economista destaca que o consumo fica mais tímido e o consumidor precisa administrar ítens que mais pressionam a inflação, e são os mais necessários para apertar o orçamento como: gasolina, energia, plano de saúde, gás de cozinha. O consumidor acaba driblando essas tarifas e deixa de lado os bens de consumo duráveis e eletroeletrônicos.

ABRH

A presidente da ABRH-AM (Associação Brasileira de Recursos Humanos- Amazonas), Katia Andrade, confirma os números da pesquisa e reitera que apesar do planejamento de contratação do polo de Duas Rodas ter reaqueecido, os empresários estão com o pé no freio para possíveis investimentos. "Clareza nesse aspecto, só teremos após as eleições. Hoje trabalhamos com palpite, sem termos certeza de nada. Existem probabilidade de contratação, mas acredito que vai estar bem abaixo do esperado", concordou a presidente que citou como o motor para geração de empregos a Zona Franca de Manaus, através do seu modelo de incentivos questionado. "Infelizmente o modelo ainda é muito incipiente, não dá para sobreviver apenas dele. Temos vários setores que ainda podem ser explorados e ajudar na geração de empregos", pontuou.

A expectativa para Katia Andrade é que a essa efetivação de temporários se concretize com mais clareza após o fim de ano. Ela citou também a greve geral dos caminhoneiros como entrave para negócios, tornando um ambiente complicado para investimentos.

Pesquisa

De acordo com a CNC, a desaceleração da economia diante do cenário de incertezas do segundo semestre deverá levar as vendas do varejo a crescer menos no Natal de 2018 (+2,3%) do que no de 2017 (+3,9%).

A temporada de oferta de vagas no setor deve ocorrer entre setembro e dezembro - um "efeito de adiamento" em relação aos anos anteriores. "Antes da crise, mais de 20% das vagas eram preenchidas até outubro. Nos três últimos anos, esse percentual não passou dos 15%", afirma Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.

Os maiores volumes de contratação deverão se concentrar no segmento de vestuário (47,9 mil vagas) e no de hiper e supermercados (11,5 mil vagas). Além de serem os "grandes empregadores" do varejo - juntos eles representam 42% da força de trabalho do setor -, esses segmentos costumam responder, em média, por 60% das vendas natalinas.

Salários

O salário de admissão deverá alcançar R$ 1.230, avançando, portanto, 3,9% em termos nominais na comparação com o mesmo período do ano passado. O maior salário de admissão deverá ocorrer no ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.500), seguido pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.431). No entanto, esses segmentos deverão ofertar apenas 1,5% das vagas totais a serem criadas no varejo.

Efetivação dos temporários

Diante da lentidão no processo de retomada econômica e das incertezas em relação às condições de consumo no início de 2019, a taxa de absorção dos trabalhadores temporários deverá voltar a recuar em relação ao percentual percebido após o Natal de 2017, quando 23,1% dos contratados em regime temporário foram efetivados nos meses seguintes ao Natal.

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