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Menos bicicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus

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17/08/2022

Andreia Leite

A indústria de bicicletas do PIM emendou seu segundo mês seguido de queda, em julho. As linhas de produção do Polo Industrial de Manaus entregaram 37.780 unidades, quantidade 21,60% inferior à de junho de 2022 (48.210). Na comparação com o mesmo mês do ano passado (74.760), o retrocesso foi de 49,50%. O acumulado do ano ficou negativo em 13,20%, com 373.524 (2022) contra 430.477 (2021) unidades. Os dados são da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

O novo recuo acendeu um sinal amarelo no subsetor e ocorreu em paralelo com a crise de abastecimento de partes e peças para a indústria, e as transformações do mercado brasileiro –em virtude do afunilamento da demanda pelas restrições orçamentárias das famílias. A queda acontece também um mês após a entidade rebaixar suas projeções de produção para este ano. A nova perspectiva é fechar o ano com 750 mil unidades produzidas, o que indica um virtual empate (+0,10%) com o número de 2021 (749.320 bicicletas). Até então, a expectativa era crescer 17,44% e fabricar 880 mil bicicletas.

Em texto distribuído por sua assessoria de imprensa, o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, explica que nos últimos dois anos houve um aumento significativo na aquisição de bicicletas, mas hoje a demanda está passando por uma transformação. “As bicicletas de entrada, que viveram um ‘boom’ de vendas nos últimos dois anos, agora têm uma procura menor, enquanto os modelos de médio e alto valor agregado tiveram aumento significativo na demanda. Precisamos adaptar nossa produção para isso”, frisou.

O dirigente reforçou também que o segmento continua impactado pela escassez de peças e componentes. Entre os componentes que estão em falta destacam-se sistemas de freios, sistemas de transmissões, suspensões e selins, sendo que em torno de 50% dos insumos são provenientes de fornecedores estrangeiros, principalmente do continente asiático. “Esse é um problema global que atinge diversos fabricantes, que vêm ajustando suas linhas de produção e toda a cadeia logística”, amenizou.

Diante deste cenário de escassez de peças e mudanças significativas na demanda, a Abraciclo promoverá um encontro entre possíveis novos fornecedores e os fabricantes de bicicletas. A iniciativa tem como objetivo estreitar o relacionamento entre estas empresas e apresentar o Polo Industrial de Manaus, buscando criar oportunidades de negócios para reforçar o abastecimento de peças e componentes de bicicletas. O evento, denominado 1º Encontro Empresarial Abraciclo da Indústria de Bicicletas, acontecerá entre 22 e 24 de agosto em Manaus.

“Potencial de crescimento”

Em sintonia, o presidente do SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), e vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, lembra que o subsetor estava mais otimista em relação às metas, no começo do ano, quando chegou a estimar um crescimento de 17,4% em suas fábricas, mas teve de se ajustar à nova realidade dos meses seguintes e inverter seu mix de produção.

“Dois fatores impactaram nessa mudança. Um deles foi o comportamento do consumidor, que agora está procurando modelos de médio e alto valor agregado, em detrimento dos modelos de entrada, e a escassez de componentes provenientes do continente asiático. Como saída para a falta de componentes, os fabricantes estão fazendo um movimento para aproximar indústrias de componentes e as fabricantes de bicicletas, destacando o potencial de crescimento desse setor e equacionando essa deficiência enfrentada pelas indústrias locais”, reforçou.

Moutain Bikes

Na coletiva de imprensa realizada no mês passado, o vice-presidente do Segmento de Bicicletas mencionou que as empresas estão retomando os ajustes em seus “estoques de segurança” e se preparando para resultados melhores no segundo semestre, especialmente no Dia das Crianças, na Black Friday e no Natal, além do “atendimento do verão”. “As inovações trazidas pelas nossas associadas vão continuar fortalecendo o mercado. As empresas estão comprometidas em investir ainda mais em tecnologia. Cada vez mais vamos trazer não só produtos de médio e alto valor agregado, mas também soluções mais acessíveis que podem caber no bolso do consumidor”, afiançou.

Em paralelo, o mercado continua apostando nas Moutain Bikes. Com 25.377 unidades e 67,20% do volume total produzido, a MTB seguiu como a categoria mais produzida, mas recuou 7,18% ante junho de 2022 (27.340) e despencou 41,85% no confronto com julho de 2021 (43.642). Em seguida estão os modelos Urbana/Lazer (17,40% e 6.574), Infantojuvenil (9,4% e 3.543) e a Estrada (3,3% e 1.230) –que acelerou ante junho. A única que apresentou alta anual (+377,83%) foi a minoritária Elétrica (1.056) embora esta também tenha encolhido na variação mensal (-8,41%).

No acumulado do ano, o Sudeste foi a região que recebeu o maior volume de bicicletas fabricadas no PIM. Foram enviadas 221.948 unidades, o que corresponde a 59,4% do total fabricado. Na sequência estão o Sul (71.237 e 19,1%), o Nordeste (35.371 e 9,5%), o Centro-Oeste (26.008 e 7%) e o Norte (18.960 e 5,1%). As posições foram mantidas no ranking mensal.

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