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Média de mão de obra em fevereiro no PIM foi de 110.362 vagas

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09/05/2023

Marco Dassori

Repórter do Jornal do Commercio

O faturamento do Polo Industrial de Manaus fechou o primeiro bimestre novamente em alta. As vendas em dólares passaram de US$ 4.81 bilhões (2022) para US$ 5.23 bilhões (2023), obtendo alta de 8,69% na comparação com igual intervalo do ano passado – quando o Amazonas passava pela terceira onda de covid-19. A conversão em reais apontou para um incremento nominal de 6,87% nas vendas do PIM, com US$ 26,96 bilhões (2023) contra US$ 25,23 bilhões (2022). Vale notar que, embora a valorização do dólar não tenha sido significativa no período (+0,77%), o IPCA dos 12 meses encerrados em fevereiro acumulou 5,60% de inflação.

As vendas totalizaram US$ 2.64 bilhões (R$ 13,73 bilhões) em fevereiro, superando as marcas de janeiro de 2023 (US$ 2.59 bilhões e R$ 13,23 bilhões) e de fevereiro de 2022 (US$ 2.54 bilhões e R$ 13,08 bilhões). O número de linhas de produção que fecharam no azul, no entanto, foi menor do que os contabilizados em janeiro. Entre os subsetores que carreiam o PIM, os destaques vieram dos polos de duas rodas e eletroeletrônico, em detrimento de bens de informática. A geração de empregos, por outro lado, retomou alta. É o que revelam os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta segunda (8).

Na análise em dólares, 17 dos 26 subsetores listados pela Suframa tiveram faturamento ascendente no acumulado até fevereiro – contra os 19 de janeiro. A maior alta proporcional se deu novamente na divisão industrial de minerais não metálicos, que decolou 388,89%, ao somar US$ 16.87 milhões. Na sequência estão os segmentos de vestuário e calçados (+84,05% e US$ 1.46 milhão), beneficiamento da borracha (+57,46% e R$ 20.44 milhões) e de duas rodas (+42,45% e US$ 923.13 milhões). Os tombos mais significativos vieram dos subsetores de couros e similares (-51,39% e US$ 907.056) e naval (-50,42% e US$ 9.88 milhões).

Majoritários e responsáveis por quase metade do faturamento total do PIM, os polos de bens de informática e de eletroeletrônicos foram cada um para uma direção. O primeiro (-13,23% e US$ 1.38 bilhão) se manteve em queda, pelo segundo mês seguido. Mas, permanece na liderança de participação do Polo, respondendo por 26,49% de seu faturamento global. O segundo já viu seu share aumentar para 18,72%, em linha com a alta de 22,10% (US$ 979.38 milhões) nas vendas. O ranking incluiu também os polos de duas rodas (17,65%), de “outros produtos” (11,77%), químicos (9,34%), termoplásticos (8,74%) e metalúrgico (7,28%).

Produtos e empregos

Uma das linhas de produção do PIM em destaque foi a de televisores com tela de LCD e OLED, com 1.971.299 unidades fabricadas e incremento de 35,59% em relação ao mesmo período de 2022. Outros resultados positivos vieram da produção de celulares (+2,01% e 2.506.162), motocicletas, motonetas e ciclomotores (+34,63% e 256.920). Também houve alta para condicionadores de ar split system (+17,8% e 774.536) e de janela (+253,01% e 21.791). Mas, bicicletas (-33,37% e 84.973), monitores com tela LCD (-26,20% e 340.003), fornos de microondas (-23,97% e 492.736), microcomputadores portáteis (-34,31% e 37.209) e tablets (-28,38% e 244.427) amargaram quedas.

Em paralelo, o nível de empregos do PIM retomou crescimento A média obtida no segundo mês de 2023 foi de 110.362 vagas, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. Ficou 0,20% acima da marca do mês anterior (110.139), além de superar em 2,27% o dado do mesmo mês do ano passado (107.910) – período em que a atividade ainda sofria os impactos da terceira onda da pandemia. A média mensal do acumulado do ano foi de 110.250 vagas, pouco acima da marca dos 12 meses de 2022 (110.122) – e também o melhor dado desde 2015 (105.015) – que foi ano de PIB negativo.

Os maiores índices de crescimento de empregos vieram dos segmentos industriais de vestuário e calçados (+115,99%), mineral não metálico (+66,01%), papel e papelão (+60,50%). O único dado negativo do bimestre veio do polo têxtil (-6,83%). Levando em conta só a mão de obra efetiva, contudo, o saldo no aglutinado até fevereiro ficou no vermelho pelo segundo mês seguido. Foram eliminadas 412 vagas, dado o predomínio dos desligamentos (5.524) sobre as contratações (5.112). Foi o pior resultado desde o “ano cheio” de 2018 (-1.310).

Segurança jurídica

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o superintendente da autarquia, Bosco Saraiva, salientou que os resultados positivos de fevereiro estão atrelados ao “forte desempenho” dos segmentos eletroeletrônico e de duas rodas, entre outros. “Merece destaque também a geração de mais de 110 mil postos diretos de trabalho, que, somados aos empregos induzidos e fomentados de forma indireta, pode levar a um indicador bastante satisfatório de mais de 500 mil empregos somente na capital do Amazonas. Mas, sabemos que os efeitos positivos da atividade do PIM chegam também a diversas outras localidades do Estado e do país. Por isso, precisamos continuar fortalecendo nossa indústria”, afirmou.

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, ressaltou que o salto da média de mão de obra empregada é significativo, diante da conjuntura econômica atual. “É altamente salutar e demonstra a solidez das indústrias locais. Em termos de faturamento, há outros parâmetros que devemos levar em consideração, como o próprio nível de postos de trabalho. Precisamos avaliar esse indicador em conjunto com os demais. De todo o modo, os números sinalizam para uma recuperação paulatina e constante do segmento produtivo local”, ponderou.

Na análise, do dirigente, os dados de produção denotam a consolidação dos principais produtos manufaturados no PIM: televisores, celulares, motocicletas e condicionadores de ar. E, dada a estrutura e verticalização da produção, tudo indica que é esperado que permaneçam como carro-chefe do modelo. “Os resultados fechados do primeiro trimestre devem indicar uma tendência de mercado mais assertiva”, afiançou.

O presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, concorda que os resultados do PIM são dignos de comemoração e também já esperados pelos empresários, na medida em que a indústria incentivada de Manaus confia, investe, emprega e movimenta toda uma cadeia com destinos nacionais e estrangeiros de componentes “produzidos na Zona Franca de Manaus”. O dirigente ressalvou, no entanto, que o setor ainda aguarda os desdobramentos da reforma Tributária e demais iniciativas federais que afetem a ZFM.

“São ótimos números, e isso significa que os pedidos já estão em carteira e que deveremos ter evolução desses resultados. Até por que março e abril já fecharam e, até onde sabemos, não houveram problemas estruturais que possam ter comprometido o fechamento do segundo bimestre. Continuamos em alerta pelas políticas econômicas em discussão. Se não ocorrer nenhuma alteração nas regras, deveremos continuar a comemorar nos meses seguintes. Esperamos que venha essa segurança jurídica tão esperada”, finalizou.

Fonte: Jornal do Commercio

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