02/06/2014
Para Mantega, a expansão poderia ter sido melhor não fosse a seca que prejudicou algumas culturas no período, especialmente de milho, embora tenha sido a agricultura a alcançar o resultado do PIB no trimestre. "Além disso, a recuperação da economia internacional está demorando mais do que se esperava. Especialmente dos EUA, que revisou para queda de 1% seu PIB do primeiro trimestre. E isso nos prejudica, porque significa que eles estão importando menos do mundo", comentou. "Mas, na medida em que o desempenho internacional aquecer, poderemos ter o segundo trimestre melhor."
Apesar do otimismo como futuro, o ministro reconheceu o problema que a inflação do início do ano causou. "Tivemos um janeiro e fevereiro de inflação alta e isso prejudicou especialmente o consumo das famílias. Embora a massa salarial continue em expansão, a inflação em alta, especialmente de alimentos, e o crédito escasso e caro fizeram o consumo cair. Para o segundo trimestre, disse o ministro, alguns fatores negativos já não estarão presentes. "A inflação está desacelerando, o que devolve o poder aquisitivo.
Com isso melhoram também as expectativas para o investimento, que caiu por ser conectado com a demanda das famílias", afirmou. Quanto à queda da confiança do consumidor nos últimos meses, Mantega disse que esse não é um fenômeno exclusivamente brasileiro, mas que afetou todos os países emergentes. "Pode até haver um lapso de tempo, mas a confiança melhora na medida em que os indicadores econômicos melhorarem". Mesmo a desconfiança externa com o Brasil já se acalmou, disse o ministro.
"Prova disso é que o país continua recebendo investimento direto estrangeiro", disse. Ele lembrou que no ano passado os investimentos cresceram 5,2%, atrás apenas da China. Mantega acredita que a Copa trará benefícios para a economia, especialmente por conta de serviços e comércio. Ele reconheceu, entretanto, que a indústria poderá ser prejudicada, porque haverá menos dias úteis em junho.
Fonte: Brasil Econômico