18/07/2013
Manifestações frearam economia
As manifestações que tomaram o país nas últimas semanas refletiram no crescimento menor da economia em junho. A avaliação foi feita pelo economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Paulo Piccheti, que divulgou ontem o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia). O índice caiu 0,6%, depois de uma redução de 1,2% em maio e de estabilidade em abril.
De acordo com Piccheti, o impacto das manifestações foi sentido principalmente pelos serviços e pela indústria, segundo dados preliminares."Vai desde o comércio, que não pode funcionar o tempo todo, até interrupções da cadeia logística de suprimentos para indústria [devido aos bloqueios de estradas], por exemplo".
Como os protestos ocorreram no final do mês, o impacto maior sobre a economia pode se destacar "de forma integral" no indicador do mês de julho, acrescentou o economista. Para Piccheti, mesmo com uma contribuição negativa para a economia, no curto prazo, como mostra o Iace, as manifestações sinalizam para mudanças estruturais necessárias ao crescimento sustentado do país.
"A esperança é que, no longo prazo, tenhamos um efeito positivo, no sentido de acelerar esse conjunto de medidas difíceis [reforma política e tributária e flexibilização de regras trabalhistas] e que passam pelo lado político para destravar o ambiente de negócios e restaurar a confiança dos investidores", destacou Paulo Piccheti.
Dos oito índices que compõem o Iace, três tiveram resultados positivos em junho: a sondagem de expectativas da indústria, dos serviços e de exportações.
Crescimento menor
A economia brasileira não deve crescer mais que 2% em 2013, abaixo da projeção de crescimento mundial de 3,5%, na avaliação do economista-chefe do The Conference Board, Bart Van Ark. Com base em indicadores nacionais, a instituição projeta índices econômicos de 12 países, dentre os quais, o Brasil.
Na avaliação de Van Ark, os fatores que mais dificultam o crescimento do país são a dificuldade de atrair investimentos; de aplicar em infraestrutura; de reformar setores estruturais da economia, como mercado de trabalho – para que dê mais flexibilidade em contratações e demissões; além de fazer a reforma tributária. "Se tem uma coisa que os membros globais reclamam quando vêm ao Brasil é a complexidade do pagamento de impostos", afirmou Van Ark.
Associação prevê resultado ruim
A AEB (Associações de Comércio Exterior do Brasil) revisou para baixo suas estimativas de desempenho das exportações e saldo comercial em 2013. A entidade prevê agora um déficit de US$ 2 bilhões no ano, frente à estimativa de resultado positivo de US$ 14,6 bilhões feita em dezembro de 2012.
Já as exportações devem ficar em US$ 230,5 bilhões ante projeção anterior de US$ 239,7 bilhões.
A previsão para as importações, por outro lado, subiu. A AEB calcula agora que as compras do exterior devem alcançar US$ 232,5 bilhões. Em dezembro, estimava US$ 223,2 bilhões.
Caso os números se confirmem, será o saldo comercial mais baixo desde 1998, quando houve déficit de US$ 6,6 bilhões.
Fonte: JCAM
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