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​Manaus tradição e futuro nas indústrias

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24/01/2023

Augusto Cesar Barreto Rocha

Diretor Adjunto da FIEAM

E-mail: augusto@ufam.edubr

A tradição na produção industrial de bens de consumo ou de transformação em Manaus é um fato, tenhamos ou não nos dado conta disto. Também segue presente a realidade de desigualdade em infraestrutura e condições produtivas entre a cidade e os centros mais desenvolvidos do país, por mais que parte da lacuna tenha sido reduzida desde a implantação da Zona Franca de Manaus.

Acontece que, para romper as carências regionais, será necessário um investimento proporcional e absoluto muito maior do que o que vem sendo realizado nas regiões mais desenvolvidas e ricas do país, que atraem a quase totalidade dos investimentos privados e a maioria dos investimentos públicos. Para rompermos as desigualdades regionais, além da manutenção dos incentivosfiscais, deveria existir a ampliação dos investimentos federais no Amazonas.

A questão colocada nesta perspectiva deixa evidente como a futura reforma tributária não poderá eliminar ou unificar as regras de impostos no país.

Caso seja adotada uma postura unificadora, será muito mais destrutivo do que solucionador, não só para nós, como para o país em suas áreas ainda menos favorecidas do que aqui, afinal o Brasil é profundamente desigual.

O capitalismo democrático em que vivemos, e ansiamos por sua ampliação, depende do reconhecimento e acolhimento das minorias. Conforme o economista Martin Wolf discute, em um artigo do dia 2001 e um livro que será lançado em fevereiro, a recessão democrática tem construído discursos populistas, clamando por uma prosperidade do passado que, de fato, nunca existiu. O mesmo acontece por aqui.

A prosperidade em Manaus, no Amazonas e na Amazônia será um encontro com o futuro e não com o seu passado. Afinal, nós nunca fomos prósperos, salvo em pequenos voos de galinha, nos quais a riqueza durou poucos anos de um ciclo tecnológico, como no caso da borracha ou nas pilhas de videocassetes. A prosperidade será um encontro com um futuro de difícil construção, mas perfeitamente plausível.

Para isso, teremos que fugir dos consensos fáceis, que serão vendidos pelo mercado, pela mídia do Sudeste desenvolvido e pelos políticos em especial da ultradireita. Teremos que ter os olhares atentos, contrários s soluções fáceis e rápidas, pois elas normalmente estão erradas. Se fosse fácil, o planeta inteiro seria próspero.

O rompimento de desigualdades não agrada a muitos dos que possuem prosperidade Teremos que entender e nos posicionar do lado certo e com os argumentos adequados para a luta, pois a reforma tributária poderá ser muito positiva, contudo, o mais provável é que a venda, para nós, seja feita demandando a abertura de mão de direitos Nossa base parlamentar e a de líderes da sociedade precisam começar a se preparar para este momento.

Há potencial de crescimento no Amazonas pelas atividades industriais atuais e por projetos do futuro sustentável, com integração responsável da ciência, tecnologia e floresta em pé, longe da produção agrícola, que tentam nos empurrar. A realização da COP 30 em Belém, em 2025, conjugada com o momento presente é uma enorme oportunidade para nossa sociedade.

Precisaremos dispor de nossas forças agora e buscar um futuro mais verde de proteção da biodiversidade e de geração de riquezas científicas e industriais, fora disso será uma rota destrutiva. Que bom que temos este corredor estreito de oportunidades, pois nem todos o possuem.

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