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MANAUS, COM 351 ANOS DE HISTÓRIA, SE FEZ E CONTINUA SE FAZENDO FUNDAMENTAL PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA

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04/11/2020

Fonte: Conectados/ ELETROS

Por Farid Mendonça Júnior (Economista, advogado e administrador)

A cidade de Manaus, fundada em 24 de outubro de 1669 como uma fortificação portuguesa, completou 351 anos este ano. Localizada no coração da Amazônia, com cerca de 2,219 milhões de habitantes, que fazem desta cidade um lócus de prosperidade e preservação.

A origem do nome da cidade vem da tribo dos Manaós, que habitavam em torno dos rios Negro e Solimões e seu nome era Barra do Rio Negro no século XIX. Somente em 1856 que a cidade receberia o nome de Manaós, em homenagem ao grupo étnico habitante da região.

Com a proclamação da República em 1889, a província do Amazonas passou a ser o Estado do Amazonas, tendo Manaus como sua capital. Já neste novo período do Brasil, a cidade tornou-se o palco principal do ciclo da borracha (De 1870 até 1910), haja vista que a goma tornou-se um insumo ou commodity de alto valor agregado no mercado mundial, principalmente com o surgimento da indústria automobilística, entre outros fins para os quais o produto servia.

Manaus passou a ser um centro de atração de migrantes, tanto de trabalhadores e empresários, nacionais e estrangeiros, o que favoreceu bastante a sua economia, além de contribuir com a balança comercial do país, haja vista que a borracha chegou a figurar entre os principais produtos da pauta de exportação e ter contribuído para o Brasil ter se tornado o principal produtor mundial da hevea. Tanto é assim que na capital amazonense encontra-se um dos teatros mais belos do mundo, o Teatro Amazonas, símbolo da belle époque amazonense, custeado com a riqueza gerada pela borracha.

Com o surgimento da concorrência internacional na produção e comercialização da borracha, principalmente do sudeste asiático, Manaus entrou em profunda crise econômica, e só se reergueu de forma sólida a partir de 1967 com a criação e implementação do modelo Zona Franca de Manaus pelo decreto-lei 288, de 28 de fevereiro de 1967, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia Ocidental.

Este modelo foi criado com o objetivo de substituir as importações, que principalmente naquele período pressionavam bastante a balança comercial brasileira. O foco do modelo estava nos setores agropecuário, industrial e comércio.

Tivemos o êxito do comércio, principalmente na década de 1980, até pouco antes da abertura comercial do governo Collor (1990). Manaus tornou-se, devido à sua característica de área de livre comércio, um lócus de compras. Milhares de turistas vinham até Manaus para adquirir diversos produtos, principalmente eletroeletrônicos, como videocassete, walkman, entre outros produtos considerados “coqueluches” da época.

Com a abertura comercial do governo Collor (1990), a economia apresentou turbulências, e todo aquele movimento de vinda de turistas para fazer compras na cidade passou a não ter mais sentido, uma vez que os produtos importados tornaram-se muito mais baratos e podiam ser adquiridos de qualquer parte do território.

O modelo Zona Franca de Manaus entrou em ação novamente e reorientou a atividade econômica por meio do impulso à industrialização baseada nos incentivos fiscais (federal e estadual).

Durante as décadas de 1990 e 2000, principalmente, o Polo Industrial de Manaus se fortaleceu por meio da atração de diversas empresas multinacionais que lá se estabeleceram. Segundo o site da Suframa (http://www.suframa.gov.br/zfm_o_que_e_o_projeto_zfm.cfm), o modelo conta hoje com 600 indústrias de alta tecnologia e meio milhão de empregos, diretos e indiretos. São diversos os segmentos atuando no referido parque industrial, com destaque para os seguintes subsetores: eletroeletrônico, bens de informática, duas rodas, termoplástico, bebidas, metalúrgico e mecânico.

E dentro deste contexto, não poderíamos deixar de mencionar o subsetor com maior participação no faturamento do parque industrial, o eletroeletrônico, com 27 bilhões e meio de reais no ano de 2019, e com o maior número de trabalhadores empregados, pouco mais de 35 mil no mesmo ano, tendo se destacado na produção de caixas registradoras, câmera fotográfica digital, condicionador de ar, home theater, telefone celular, televisores, entre outros.

A ELETROS tem orgulho de fazer parte desta história de sucesso de um modelo tão pujante e que leva desenvolvimento econômico e social para a população do Amazonas, além de contribuir com o preservação do meio ambiente, haja vista que estudos científicos já demonstraram que até o presente momento o referido modelo é responsável pela preservação de 97% da cobertura vegetal no Estado do Amazonas.

E por falar em meio ambiente, Manaus é o local perfeito para o acesso à maior floresta tropical do mundo, para a realização do turismo sustentável e para admirar um dos maiores patrimônios naturais da humanidade. Quem nunca teve a curiosidade de conhecer o encontro dos rios Negro e Solimões?

Mas hoje, temos que dar os parabéns a Manaus, que, como já dito, completou 351 anos, e por ter resistido bravamente às turbulências da história e ter se tornado tão bela, grandiosa e promotora de desenvolvimento para a região. Que sua história sirva de exemplo para os desafios do futuro e para que nunca perca a esperança de dias melhores!

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