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Mais vagas com carteira assinada

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02/04/2023

O mercado de trabalho formal do Amazonas reagiu em fevereiro. As admissões (+19.385) bateram os desligamentos (-18.949) e geraram 1.563 novos empregos com carteira assinada, equivalendo a um acréscimo de 0,33% sobre o estoque anterior. Foi mais um resultado muito superior ao dado revisado de janeiro de 2023 (-352), embora tenha correspondido a menos da metade da marca de fevereiro de 2022 (+3.217). Mas, diferente do mês anterior, as contratações foram sustentadas apenas por Manaus (+0,37% e +1.618) e quase que exclusivamente pelos serviços.

Em paralelo, a alta proporcional de criação de postos de trabalho celetistas no Amazonas (+0,33%) perdeu de longe para as médias nacional (+0,57%) e da região Norte (+0,61%). Ainda assim, o novo incremento mensal permitiu ao mercado de trabalho do Estado se manter no azul nos acumulados do ano (+0,26% e +1.211) e dos últimos 12 meses (+6,84% e +30.437). O estoque –que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos –chegou a 476.074 ocupações. É o que revelam os números do ‘Novo Caged’, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nesta quarta (29).

O Brasil como um todo também teve mais admissões (1.949.844) do que desligamentos (1.708.059). O somatório de novas vagas (+241.785) configurou alta de 0,57% e um número melhor do que o de janeiro (+84.571), embora este tenha ficado 26,4% abaixo do dado de 12 meses atrás (+328.507). Em dois meses, foram criados 326.356 postos de trabalho em todo o país, situando o estoque brasileiro em 42.769.507 vínculos empregatícios – o resultado mais baixo para bimestre, desde 2020. Todas as cinco regiões brasileiras avançaram. Entre os setores econômicos, apenas o comércio encolheu.

Vale lembrar que a oferta de empregos formais ainda está distante da demanda dos trabalhadores, tanto em âmbito estadual, quanto nacional. Os números mais recentes do IBGE mostram que a quantidade de amazonenses na fila do desemprego voltou a aumentar no quarto trimestre de 2022 e chegou a 196 mil – 10% da força de trabalho do Estado. A mesma base de dados informa que só 56,2% da população amazonense “apta ao trabalho” (14 anos ou mais) tinha ocupação remunerada, sendo que 57% dessas vagas não contavam com carteira assinada. O desempenho do primeiro trimestre de 2023 só será divulgado em maio.

Serviços na frente

Apenas três das atividades econômicas fecharam fevereiro com mais admissões do que desligamentos no Amazonas – uma a mais do que em janeiro. Os serviços seguiram na liderança do ranking, com alta de 0,82% e criação de 1.908 empregos celetistas, em progresso ainda melhor do que o do levantamento anterior (+1.037). Os destaques vieram dos segmentos de educação (+515), alimentação (+407), e de atividades administrativas e serviços complementares (+473). No bimestre, o setor de serviços gerou 2.945 vagas (+1,37%).

Em um mês com apenas o Carnaval para esquentar as vendas, o grupo que reúne “comércio e reparação de veículos” amargou o pior desempenho da lista. O setor extinguiu 311 postos de trabalho com carteira assinada, o que representou um declino de 0,84% nos estoques da atividade, embora a rodada de demissões tenha sido menos severa do que a janeiro (-909). As demissões foram a regra no varejo (-188) e no atacado (-167), mas não no segmento de “reparação de automóveis e motocicletas” (+44). No acumulado, o setor eliminou 1.220 vagas (-1,12%).

A indústria “em geral” se manteve em uma distante segunda posição, ao criar 104 vagas formais e subir 0,09% ante o estoque antecedente. As contratações foram puxadas pela indústria de transformação (+123), especialmente nas linhas de produção de “outros equipamentos de transporte” (+178) e de borracha e material plástico (+141). Foi acompanhada de longe pela indústria extrativa (+7) e pelo segmento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (+5), em detrimento da divisão de eletricidade e gás (-31). Em dois meses, o acréscimo do setor foi de 0,04% (+47).

A construção voltou a oscilar e interrompeu três mês seguidos de cortes para criar apenas 19 postos de trabalho (+0,08%). Os resultados positivos se disseminaram nos subsetores de serviços especializados para construção (+77) e construção de edifícios (+4), em detrimento das obras de infraestrutura (-62). Em contraste, a agropecuária (-3,30% e -157) ampliou o ritmo de desligamentos, principalmente na produção de lavouras temporárias de cana-de-açúcar (-176) e nas atividades de apoio à produção florestal (-6). Em dois meses, a construção extinguiu 367 vagas (-1,57%) e a agropecuária eliminou outras 194 (-4,05%).

“Reaquecimento produtivo”

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, salientou que fevereiro, historicamente, é um mês de “reaquecimento produtivo” para o setor, após o período de retração sazonal da virada de ano. “O segmento industrial do Amazonas vem apresentando continuamente números positivos, mesmo que refreados pela crise de confiança do consumidor, inflação, taxa de juros e problemas na cadeia de insumos. Ainda teremos um ano de grande volatilidade. Precisamos que o governo federal encampe e desenvolva políticas de reindustrialização bem estruturadas a fim de estimular novos investimentos”, ponderou.

O presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, avalia que o desempenho positivo dos serviços está atrelado principalmente ao aumento de atividade na indústria e a obras de ampliação dos lojistas, com vistas no longo prazo. “Em relação ao comércio, as demissões já eram esperadas. O consumidor está muito endividado e negativado, tanto que tivemos queda livre nas vendas de janeiro e fevereiro, e nem os supermercados se salvaram. E todo mundo está preocupado, porque já em abril teremos aumento da alíquota do ICMS, de 18% para 20%, e isso deve ser repassado aos preços, derrubando ainda mais as vendas”, lamentou.

Já o presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amazonas), Frank Souza, também atribuiu as oscilações do setor à sazonalidade e se mostrou mais otimista em relação aos próximos meses. “Essa é uma época de muita chuva. Mas, as obras de infraestrutura já tiveram uma boa evolução. A partir de março temos boas perspectivas, se levarmos em conta os anos anteriores. Acredito que a tendência é positivar isso aí, pois esse é um momento de mais clareza do governo federal em termos de obras”, arrematou

Por Marco Dassori

Fonte: JCAM


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