30/09/2019

Editorial publicada pelo Jornal Acrítica

Infelizmente, não será nesse governo que teremos a rodovia BR-319 plenamente trafegável. Definitivamente, a estrada não está entre as prioridades do governo federal. A notícia foi dada pelo próprio ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e nem chega a surpreender, diante dos sinais que vinham sendo emitidos de Brasília. Logo nas primeiras semanas de governo, foi anunciado um pacote de R$ 100 bilhões, contemplando obras em rodovias tidas como fundamentais para o País.

A ausência da BR-319 no projeto fez parlamentares do Amazonas questionarem o governo sobre a promessa de campanha feito pelo então candidato Jair Bolsonaro em Manaus, em meio a gritos de “mito”. A resposta do governo foi outra promessa, esta menos animadora, de que, apesar de ter ficado fora do pacote de investimentos, a reconstrução da estrada deveria começar em 2020, o que causou reações diversas na bancada do Amazonas no Congresso Nacional: incredulidade de uns, esboço de esperança de outros.

Venceu a incredulidade. O ministro Tarcísio Gomes informou, ontem, que só há dinheiro para manutenção de alguns trechos. A parte mais problemática – chamada de trecho do meio, praticamente intrafegável – não receberá obras antes de 2022, último ano da atual gestão.

A rodovia, se plenamente trafegável, seria a única ligação por estrada do Amazonas com o restante do País, facilitando o escoamento da produção das empresas localizadas na Zona Franca de Manaus. Seria um marco para a combalida economia do Estado.

Alguma esperança recai sobre os próprios parlamentares que podem direcionar as emendas a que têm direito no orçamento da União para a recuperação da rodovia. Divergências de qualquer natureza devem ser deixadas de lado pelos parlamentares, que precisam unir forças em prol desse objetivo comum.

A bancada precisa de forma integrada, inclusive buscando apoio de deputados e senadores de outros estados, como Roraima e Rondônia, que também se beneficiariam com a reabilitação da rodovia. A defesa da BR-319 não pode mais ser apenas um tema de campanha eleitoral, sendo percorrida por inúmeras comitivas sem nenhum resultado prático. Ninguém aguenta ouvir mais promessas sobre a rodovia.