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Mais de um milhão de motos

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18/11/2021

Marco Dassori

A produção da indústria de motocicletas do PIM praticamente empatou (-0,44%), entre setembro (108.931 unidades) para outubro (108.456). O parque fabril de Manaus, contudo, se manteve 19,34% acima do patamar do mesmo mês de 2020 (90.880). Com isso, o acumulado do ano já ultrapassa a marca de um milhão de motos (1.004.983), alcançando 28,12% de alta sobre o registro de igual intervalo do ano passado (784.421). Foi o melhor resultado para o período desde 2015, quando a indústria incentivada da capital amazonense conseguiu entregar 1.137.103 motocicletas.

O desempenho das vendas internas, no atacado e no varejo, também seguiu no azul, com crescimentos na escala de dois dígitos e a melhor média diária de vendas para o mês, desde 2014 –ainda no período de boom econômico. O mesmo se deu nas exportações, em que pese a desaceleração mensal.

Os dados foram divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta (17).

As projeções da entidade sofreram ligeira correção. A produção aguardada até dezembro de 2021 passou a ser de 1,223 milhão de unidades fabricadas. A correção equivale a um acréscimo de 3.000 unidades ao cálculo anterior (1,220 milhão) e a um crescimento de 27,1% sobre os resultados alcançados ao fim do ano passado (757.866). As estimativas da Abraciclo para o encerramento do ano também sofreram atualizações para o varejo (+25% e 1,144 milhão) e as exportações (+62,96%e 55 mil).

Em texto da assessoria de imprensa da Abraciclo, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, avalia que a indústria de motocicletas mostra evolução em sua curva de produção ao longo deste ano. “Esse número é ainda mais significativo quando analisamos o contexto do ano, que começou com um primeiro bimestre muito difícil, devido à segunda onda da pandemia em Manaus, que comprometeu cerca de 100 mil unidades. Desde então as fabricantes têm imposto um ritmo intenso na produção para atender a demanda”, lembrou.

Instabilidade e eleições

Ao analisar o desempenho da indústria para os próximos meses, o presidente da Abraciclo aponta que a tendência de mercado é que a procura pela motocicleta se mantenha maior, devido às altas seguidas nos preços dos combustíveis e ao fato de o veículo ser instrumento de trabalho, para quem atua nos serviços de entrega, e opção de deslocamento para evitar a aglomeração do transporte público. O executivo, contudo, alerta para eventuais impactos da instabilidade no cenário macroeconômico. “Estamos atentos à alta nas taxas de juros, ao nível de emprego e outras medidas que podem impactar negativamente a demanda por motocicletas”, listou.

O presidente do Cieam, Wilson Périco, ressaltou à reportagem do Jornal do Commercio que vários fatores teriam influenciado o desempenho positivo da produção de motocicletas do PIM, com destaque para a pandemia e seu efeito na base comparativa. “De qualquer forma, o que demonstra o crescimento da atividade industrial em Manaus não são os indicadores econômicos, mas o indicador social. É o número de empregos que mostra a força do PIM. O otimismo continua grande com relação aos próximos meses. Mas temos uma questão que é o fato de 2022 ser ano de eleições. Vamos acompanhar”, ponderou.

Varejo aquecido

A Abraciclo informa que o mercado nacional mostrou redução de velocidade na variação mensal, apesar de se manter aquecido e avançar na comparação anual e acumulada. Em outubro, foram licenciadas 97 mil motocicletas, volume 10,86% inferior ao registrado em setembro (108.816).

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 96.114 unidades, ainda houve aumento de 0,92%. De janeiro a outubro, foram emplacadas 937.971 motos, 29% a mais do que no mesmo período de 2020 (726.973).

Com 19 dias úteis, outubro registrou média diária de vendas de 5.105 unidades, o melhor resultado para o mês desde 2014 (5.231 unidades/dia), segundo a Abraciclo. Na comparação com setembro, com um dia útil a mais, houve queda de 6,2% (5.441 unidades/dia). Em relação ao mesmo mês do ano passado, com 21 dias úteis, a alta foi de 11,5% (4.577 unidades/dia). As motocicletas de baixa cilindrada (até 160) somaram 79.765 unidades responderam por 82,2% do mercado, sendo seguidas pelos modelos de 161 a 449 cilindradas (14,3% e 13.845) e os veículos acima de 450 cilindradas (3,5% e 3.390).

No resultado mensal, a Street foi a categoria mais emplacada, com 47.023 unidades e 48,5% de participação no mercado brasileiro. Na sequência vieram a Trail (20.562 unidades e 21,2% do mercado) e a Motoneta (14.867 e 15,3%). No acumulado do ano, o destaque veio da Scooter (88.340), que avançou 46,9% ante 2020 (60.141). Em números absolutos, no entanto, a Street foi a categoria que registrou o maior volume de licenciamentos, com 455.986 unidades e elevação de 25,2%, na mesma comparação. “O perfil do comprador da Scooter é aquele que quer um veículo mais fácil de pilotar, ágil no trânsito e econômico. Essa praticidade vem conquistando o consumidor brasileiro”, pontuou Fermanian.

Exportações em alta

Nas vendas externas, também houve desaceleração, embora os índices tenham se mantido ainda mais fortes no acumulado. As exportações caíram 14,16%, entre setembro (4.872) e outubro (4.182), mas avançaram 79,48% sobre o dado de 12 meses atrás (2.330).

De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, o principal destino foi a Argentina (1.240 unidades e 24,1% do total exportado), seguida por Canadá (1.134 e 22,1%) e EUA (1.114 e 21,7%).

A mesma base de dados informa que as motocicletas (US$ 13.29 milhões) ocuparam a segunda posição no ranking de exportações do Amazonas, ficando bem à frente de outros manufaturados do PIM, como aparelhos de barbear (US$ 2.75 milhões), distribuidores automáticos de papel moeda (US$ 633.719), isqueiros (US$ 466.895), aparelhos de TV (US$ 339.77) e celulares (US$ 441.695), entre outros. Perderam apenas para “elaboração de bebidas”/concentrados (US$ 17.34 milhões).

De janeiro a outubro, foram exportadas 46.947 motocicletas, alta de 79,81% na comparação com o mesmo período de 2020 (26.109). O portal de estatísticas de comércio exterior confirma que esse ranking também foi encabeçado por Argentina (13.423 e 28% do total), seguida por Colômbia (10.565 e 22%) e EUA (10.501 e 21,9%).

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam, Marcelo Lima, estimou que o cenário para as exportações locais deve se manter positivo até dezembro, em grande parte em virtude das vendas de motocicletas ‘made in ZFM’ aos países vizinhos. A projeção do especialista é que o Amazonas deve encerrar 2021 com US$ 1 bilhão em vendas, em virtude da “desaceleração da pandemia”, da abertura de novos negócios e do próprio “aumento vegetativo” do mercado, mediante a reação da economia mundial ao “avanço da vacinação”.

Fonte: JCAM

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